Invertia | 24 de fevereiro de 2010 - 16:51

Dólar fecha estável a R$ 1,82 em sessão de pouca volatilidade

O dólar fechou estável nesta quarta-feira, em uma sessão de pouca volatilidade, influenciada pelo mercado internacional e marcada pela entrada de recursos no país. A moeda terminou o dia a 1,826 real, após oscilar entre R$ 1,819 e R$ 1,826. Na semana, a moeda acumula alta de 1,16% e, em fevereiro, queda de 3,13%.

"O mercado até que estava movimentado, com volume bom", disse Rodrigo Nassar, gerente da mesa financeira da corretora Hencorp Commcor. "Teve bastante fluxo de entrada hoje".

Outros três profissionais de mercado ouvidos relataram fluxo positivo nesta sessão, principalmente entre 12h e 13h.

De acordo com dados parciais da clearing (câmara de compensação) da BM&FBovespa, houve mais de US$ 3 bilhões em operações no mercado à vista. O principal contrato do dólar futuro tinha 280 mil contratos negociados às 16h30.

A principal influência sobre a taxa de câmbio, porém, foi o mercado internacional. O euro se recuperou ligeiramente ante o dólar, para US$ 1,3531 no fim da tarde. Ante uma cesta com as principais moedas, o dólar caía 0,05%.

As variações, tímidas, eram um ajuste ao movimento dos dois dias anteriores, quando o aumento da aversão a risco valorizou o dólar em relação à maioria das moedas, exceto o iene.

No Brasil, essa tensão internacional fora responsável pelo aumento da posição comprada em dólares de investidores estrangeiros. Na terça-feira, essas posições - que equivalem a uma aposta na alta do dólar - eram de US$ 4,692 bilhões, ante US$ 3,717 bilhões no fim da semana passada.

Nesta sessão, porém, nem mesmo a apresentação à Câmara dos Representantes (deputados) do presidente do Federal Reserve (FED, o banco central americano), Ben Bernanke, teve poder para trazer volatilidade à taxa de câmbio. Ele reiterou que os juros devem seguir baixos por um longo período.

Fundo soberano
No plano doméstico, o secretário do Tesouro, Arno Augustin, confirmou que o Fundo Soberano do Brasil (FSB) está pronto para comprar dólares no mercado após a criação, na segunda-feira, de seu Conselho Deliberativo. Mas ele ponderou que, no momento, ainda não vê a necessidade de uma atuação.

A notícia teve pouca repercussão sobre o câmbio. Mas o gerente de câmbio de um banco nacional, que preferiu não ser citado, afirmou que "isso só aumenta a impressão" de que o dólar tem um piso em torno de R$ 1,80.

"Se ele for para lá, eu vou comprar bem", disse.