Tribuna do Brasil | 22 de fevereiro de 2010 - 13:12

AIDS Maior risco está entre pessoas de 20 a 49 anos de idade

Os dados fornecidos pela Coordenação do Programa Municipal de DST/AIDS apontam que jovens com idade entre 20 e 49 anos, com vida sexual ativa é o perfil encontrado na maioria das 4.320 pessoas que tem AIDS em Salvador.

Neste Carnaval de 2010, dos foliões que fizeram o teste do HIV, seis tiveram o diagnóstico confirmado. Elas não apresentam nenhum sintoma da doença, mas terão a partir de agora, acompanhamento multidisciplinar e serão submetidas a exames complementares.

De acordo com a coordenadora do Programa, Socorro Farias, elas vão aprender com a equipe de profissionais de saúde a conviver com a nova realidade.

Durante os seis dias de folia foram atendidas 2.228 pessoas no 19º Centro de Saúde, no Pelourinho, 542 se submeteram a testagem rápida. Os exames foram realizados pelo Projeto Fique Sabendo, cujo objetivo, é chamar atenção para a importância da detecção do HIV.

"O diagnóstico precoce é de extrema importância para a realização do tratamento e garantir uma qualidade de vida ao portador do vírus. Ser portador do HIV não quer dizer que a pessoa tenha AIDS, o vírus pode permanecer no organismo até 10 anos sem manifestar nenhum sintoma no paciente. Mas quanto mais cedo é detectado melhor", explicou Socorro.

Enfrentando a doença de frente
Conforme Socorro Farias, as pessoas que se submeteram ao teste este ano, no Pelourinho, fizeram apenas para confirmar, pois já suspeitavam que estivessem infectadas pelo vírus. Fato que, na sua opinião, deve ter facilitado na hora da equipe informar o diagnóstico.

Embora nenhum dos seis pacientes tenha ainda a doença manifestada no organismo, elas terão de fazer consultas com infectologistas do Centro de Referência, além de teste de carga viral e mais uma série de exames complementares para saber se precisam fazer uso do coquetel.

Ano passado, primeiro ano da campanha, 609 pessoas fizeram o teste e 14 tiveram diagnóstico positivo e continuam fazendo o tratamento. "O diagnóstico da AIDS não é reversível, as pessoas infectadas pelo vírus HIV têm de aprender a conviver com essa realidade.

Não é fácil para o portador receber o resultado do teste, muito menos para a equipe dar o diagnóstico. Por isso, contamos com um suporte eficiente de profissionais capazes de dar todo o apoio psicológico necessário ao paciente para que ele continue fazendo o tratamento", explicou.

Quem não quis fazer a testagem rápida no Carnaval, pode ainda fazer o exame de graça no Centro de Testagem e Aconselhamento Nerymar Novaes, localizado na Rua Arthur Bernardes,1, no Dendezeiros.

Neste local, o procedimento realizado para detecção do vírus é o tradicional e o resultado é divulgado dez dias depois.

Socorro afirma que a demora para a liberação do exame não influencia na eficácia do diagnóstico. No centro podem ser feitos ainda testes para doenças como DRL, Hepatite Viral B e C e HTLV.

Se o resultado for positivo, o paciente tem acompanhamento sigiloso com o objetivo único de reforçar as práticas seguras de prevenção, contribuindo para a interrupção da cadeia de transmissão das DST/AIDS.