Mídia Max | 19 de fevereiro de 2010 - 06:25

CRF e Vigilância exigem fim da farmácia-conveniência

Diego Alves

A decisão tomada pela Anvisa (Agência Nacional de Saúde) de proibir a venda de produtos que não sejam medicamentos nas farmácias, que deveria entrar em vigor a partir de ontem, ainda gera polêmica e por ora nada mudou nas gôndolas desses estabelecimentos. Entretanto, o CRF (Conselho Regional de Farmácia) insiste que a medida está valendo, apesar de liminares concedidas pela Justiça garantirem aos farmacêuticos que continuem vendendo desde alimentos até recarga para celular. 

O presidente do CRF, Ronaldo Abrão, é categórico ao defender a validade da norma, diz que está proibida, a partir de hoje (18), a comercialização pelas farmácias de qualquer mercadoria que não seja estritamente relacionada à saúde. E prepara uma campanha, primeiro para conscientizar, depois para fiscalizar o cumprimento da norma da Anvisa.

Segundo Abrão, a medida segura que visa proteger a saúde da população. Depois de várias rodadas de negociações, ficou decidido que os fiscais da Anvisa atuarão juntos ao CRF. Ele explica que o Conselho não tem autoridade para apreender produtos vendidos em desacordo com a lei, portanto, precisa dos fiscais da Vigilância neste trabalho.

Os donos dos estabelecimentos alegam que terão prejuízos bruscos com a medida, tendo em vista que a venda de produtos outros que não medicamentos representa fatia significativa do faturamento das farmácias e drogarias, atualmente. O presidente do CRF contra ataca: “Quando eles abriram a farmácia, abriram na área da saúde. Eles ainda podem vender outros produtos além de medicamentos, mas devem estar relacionados na área da saúde”.

Abrão explica que em Campo Grande existem farmácias em excesso. “São ao todo quase 300 farmácias na Capital. O necessário seria uma farmácia para cada 10 mil habitantes, em Campo Grande existe 1 para cada 2 mil habitantes”.

Campanha

A “Campanha Pela Farmácia Ética e Legal” que foi lançada hoje, visa realizar ações conjuntas para retirar alimentos, bebidas e cartões das prateleiras dos estabelecimentos. “O objetivo da campanha é resgatar a farmácia de antigamente”.

“Não adianta dar murro em ponta de faca”, diz Abrão, ao ressaltar que essa decisão é especificamente para proteger o cidadão. “Queremos resgatar os valores das farmácias e proteger a saúde das pessoas”.

A campanha será realizada no decorrer desse ano. Serão realizadas reuniões com os donos dos estabelecimentos para informar sobre as novas regras. Além disso, serão distribuídos panfletos informativos e apresentadas as novas regras para a sociedade.

O presidente do Conselho cita exemplos de como a auto-medicação pode comprometer a saúde do cidadão. “Por exemplo, se uma pessoa alcoolizado fizer uso do paracetamol, essa pessoa está colocando em risco a própria vida. Outro exemplo: se uma pessoa está tomando antibiótico e fizer uso de um anti-ácido, esse último vai cortar o efeito do antibiótico”.

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