A. J. Rettenmaier | 17 de fevereiro de 2010 - 18:15

Leia a coluna “Fim de farra pessoal!”, por A. J. Rettenmaier

Fim de farra pessoal!

E será que finalmente vamos começar a trabalhar? É certo que ainda tem muita gente curando a ressaca, curtindo os efeitos da vitória ou da derrota depois de um ano inteiro de trabalho, prá tudo se acabar na quarta feira.

É claro também que tem muita gente ainda revirando tiras de serpentina e restos de confetes espalhados pelos salões e avenidas, na tentativa de achar a colombina ou o pierrô que desapareceu nos primeiros raios do sol. E como não ficar com a ilusão de que talvez seja possível achar no meio da solidão do fim da festa?

Será que é por isso que é tão difícil começar a trabalhar? Nas festas de réveillon, já nos apareceram na praia, nas ruas, nos salões de festas. E no Carnaval voltaram mais fortes e provocantes do que nunca. Mas... Como em todos os anos, como que por encanto mais uma vez desapareceram.

Mas como é difícil aceitar que as luzes se apagaram, as fantasias não têm mais as cores que mostravam até a noite anterior, as máscaras foram guardadas sem que víssemos quem estava por detrás delas, as ilusões se desfizeram no ar, e o sol... Este voltou com tudo para dizer que, o show acabou... A alegria dos quatro dias se foi... Que a realidade voltou...

Mas não custa nada acreditar que no ano que vem novas serpentinas, novos confetes e novas ilusões recomecem nosso Carnaval.

Se tudo na vida se renova, a folia e a ilusão, também! Retomam vida, forma e cor, rostos e corpos no sábado! Mas para tudo, acabar de novo, na quarta-feira! De cinzas, claro. Porque todas as ilusões e os sonhos com elas vindos, neste dia, viram cinzas, tudo acabado e nada mais.

Por isso, fim de farra pessoal! É hora da real! Real realidade, sem Rei Momo nem Rainhas, sem Colombinas ou Pierrôs. Aqui tem a chave do meu barracão, pode voltar quando quiser... As panelas estão precisando... Das mãos de uma mulher!

Por que... Tudo se acabou na quarta-feira.

Antonio Jorge Rettenmaier, Escritor, Cronista e Palestrante é membro da AGEI, Associação Gaúcha dos Escritores Independentes. Esta coluna está em setenta jornais impressos e eletrônicos do Brasil e Exterior.