18 de novembro de 2004 - 10:35

Artigo "Dr Izaac e a Tribuna do Júri de Antonio Néres"

DR IZAAC DE BARROS E A TRIBUNA DO JÚRI

*Antonio Néres

 

A cidadania tem uma de suas mais nobres expressões no júri. É uma eloqüente manifestação de liberdade de um povo. Trata-se de antiga instituição, com singular importância na evolução do movimento político-jurídico do constitucionalismo. O júri nunca foi estranho às preocupações dos constitucionalistas. Esteve presente nas reflexões dos que ordenaram a disciplina jurídica do poder político.

O júri, de inspiração inglesa, conquistou o mundo civilizado junto a todas as inovações do conhecimento humano. A instrumentalização do Estado, buscando a arte política do bem comum, não ignorou o júri. A sociedade tem na instituição um pilar da democracia que, quanto mais avança no sentido da participação popular, mais legítima a jurisdição do homem comum no julgamento dos delitos dolosos contra a vida. O júri tem estado em todas as constituições brasileiras, particularmente na de 1988, quando os sentimentos do povo eram embalados por novas e sonhadas esperanças que se refletiram num processo constituinte sem restrições, conduzido pela inteligência e pela sensibilidade de homens do saber e da vocação democrática. E ali está o júri, pleno, soberano, a compor, com destaque, a estrutura do Estado nacional.

Não há antagonismo na visão social do júri entre os lidadores do direito. Certeza disso retiro da referência do Príncipe dos Promotores, Roberto Lira, citando Rui Barbosa: 'Quando o tribunal popular cair, é a parede mestra da Justiça que ruirá!'.

Na tribuna do júri, o Doutor Isaac Duarte de Barros Júnior reinou como poucos. Depois de se ausentar momentaneamente, devido um acidente automobilístico, ele começa a se preparar para volta triunfal. O Dr Isaac de Barros, em quem revejo as virtudes oratórias do mestre é uma daquelas figuras que dignificam e enobrecem no sentido mais amplo da palavra a tribuna do júri.

Estamos na torcida para que o ilustre advogado se restabeleça o mais rápido possível, que nos brinde com sua convivência e, sobretudo que volte a brilhar com toda intensidade, onde a verdade da vida ensina o caminho da justiça, justiça como verdade em ação: a tribuna do júri. 

O autor é radialista e jornalista.