Agência Senado | 11 de fevereiro de 2010 - 14:54

Trabalho escravo: chaga que persiste no Brasil e no mundo

De acordo como o Ministério do Trabalho e Emprego, as operações do grupo móvel de fiscalização para erradicação do trabalho escravo resgatou em 2009 um total de 3.571 pessoas escravizadas, em 141 operações. Foram inspecionados pelo grupo 324 estabelecimentos.

Diferentemente de anos anteriores, quando as Regiões Norte e Centro-Oeste lideraram o ranking de casos comprovados pelo ministério, em 2009 os estados do Rio de Janeiro (com 521 libertos), de Pernambuco (419) e de Minas Gerais (364) ficaram à frente.

Relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT), porém, aponta os estados do Pará e do Mato Grosso como os que têm maior incidência dessa prática criminosa.

Em 2006, a OIT estimou em 25 mil o número de trabalhadores escravos no Brasil. Na América Latina e no Caribe, esse número chegaria a 1,32 milhão.

A entidade, ligada à Organização das Nações Unidas (ONU), coordena globalmente os esforços para erradicar o trabalho escravo. No mundo, segundo a OIT, há cerca de 12,3 milhões de pessoas escravizadas.

Destas, 2,4 milhões de seres humanos teriam sido traficados com esse propósito, 9,8 milhões são explorados por agentes privados e 2,5 milhões são forçados a trabalhar por Estados ou por grupos rebeldes.

O lucro anual com o tráfico de seres humanos para trabalhos forçados chegaria a US$ 31,6 bilhões, também de acordo com a OIT.

Em 1995, o Brasil reconheceu oficialmente a existência, no país, de trabalho escravo, e desde então tem assinado acordos de cooperação com a OIT e realizado esforços no sentido de debelá-lo. No ano passado, a OIT elogiou os esforços do Brasil contra a prática criminosa.

Para a Comissão Pastoral da Terra (CPT), que acompanha a situação fundiária do país, o número de trabalhadores escravos no campo pode chegar a cerca de 40 mil pessoas.