18 de novembro de 2004 - 07:15

Brasil realizou mais de meio milhão de plásticas em 2003

Em 2003, 621.342 cirurgias plásticas foram realizadas no Brasil. Desse total, mais da metade foi feita com fins estéticos, a maioria lipoaspirações, e 13% delas em jovens de 14 a 18 anos.

Os números, os primeiros oficiais divulgados nesta quarta-feira no país, constam da pesquisa realizada pela Gallup Organization encomendada pela SBCP (Sociedade Brasileira de Cirurgias Plásticas).

O resultado, de acordo com o presidente da SBCP, Sérgio Carreirão, que se baseia em dados de entidades de classe norte-americanas, coloca o Brasil como o segundo país no mundo que mais realiza plásticas, atrás apenas dos EUA, que faz cerca de 800 mil procedimentos por ano.

"Três fatores justificam essa posição: a qualidade dos médicos brasileiros --gente do mundo inteiro procura o Brasil para realizar suas cirurgias porque confiam nos nossos procedimentos--; a grande preocupação que o brasileiro tem com o corpo, com a vaidade; e, por fim, aponto a questão do acesso. Os valores dos procedimentos são razoáveis, o que possibilita que mais pessoas façam suas cirurgias", disse Carreirão.

O levantamento foi feito com uma amostra de 500 médicos cirurgiões plásticos de todas as regiões do país entre agosto e novembro deste ano. Segundo o órgão pesquisador, a confiabilidade é de 95%.

Das cirurgias realizadas, 374.271, cerca de 60%, foram com finalidade estética, sendo que desse universo 19% foram feitas em pessoas do sexo masculino. "O aumento da procura dos homens por cirurgias plásticas é progressivo. Eles estão se preocupando hoje com a imagem corporal, conceituação que não existia", afirmou Lydia Masako Ferreira, chefe da disciplina de cirurgia plástica da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).

Os procedimentos são realizados, em sua maioria, em hospitais, mais 16% deles foram feitos em clínicas especializadas.

As lipoaspirações lideram o seguimento de procedimentos estéticos com 211.060 cirurgias. Em seguida, estão as cirurgias na mama --85.043 para implantes de silicone--, na face --66.162 na pálpebra-- e no abdômen.

Dos que fizeram plástica apenas para melhorar o visual, 13% (48.390) são jovens entre 14 a 18 anos, número que não chegou a surpreender a SBCP.

"Prevíamos que os jovens fossem público em 20% dos casos. Nessa faixa etária, muitas cirurgias apontadas como estéticas são, na realidade, reparadoras. Um exemplo é a ginecomastia, que é o aumento da glândula mamária no homem o outro é a diminuição da narina, que geralmente é feita na juventude", disse Carreirão.

Os dados relativos às cirurgias plásticas reparadoras (queimaduras, por exemplo) mostram equilíbrio entre homens e mulheres na procura (50% para cada) e presença do poder público arcando com as despesas. De acordo com o levantamento, 46% das reparadoras foram pagas pelo SUS (Sistema Único de Saúde).
 
 
Folha Online