30 de junho de 2004 - 08:26

BC aumenta projeções de inflação em 2004 e 2005

O Banco Central previu que a inflação este ano ficará acima do centro da meta, ao elevar sua projeção para a taxa de 5,2 por cento para 6,4 por cento nesta quarta-feira.

"O aumento da projeção de inflação deve-se em parte à elevação da estimativa de reajuste de preços administrados e principalmente à elevação da projeção de inflação de preços livres", disse o BC em seu Relatório de Inflação do segundo trimestre.

O BC mudou a previsão de aumento de preços administrados em 2004 de 7,3 por cento para 7,7 por cento. Para os preços livres, a estimativa passou de 4,4 para 5,9 por cento.

A autoridade monetária disse que pressões temporárias devem continuar a pesar sobre a inflação nos próximos meses, como a advinda de reajustes de telefonia e energia elétrica e de elevações de alimentos em razão de fatores climáticos.

Desde o último relatório, divulgado no fim de março, a mudança mais importante no cenário com o que o Copom trabalha diz respeito ao aumento da volatilidade externa, decorrente principalmente das incertezas sobre o ritmo da política monetária norte-americana nos próximos meses.

"A esse fator central, agregam-se incertezas associadas à trajetória dos preços do petróleo no futuro próximo e à possibilidade de que a economia chinesa consiga reduzir seu ritmo de crescimento de uma forma ordenada", destacou o documento.

Para 2005, o BC prevê um avanço do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 4,4 por cento, também acima do prognóstico anterior, de 4,2 por cento. Neste caso, a taxa segue abaixo do centro da meta, de 4,5 por cento.

Apesar das turbulências recentes, o BC ponderou que as perspectivas para a economia no médio prazo continuam favoráveis.

O relatório manteve o prognóstico para o crescimento econômico em 2004 em 3,5 por cento.

A autoridade monetária destacou que embora o crescimento das exportações continue contribuindo para a recuperação do nível de atividade, a retomada da demanda interna também tem ajudado desde o segundo semestre do ano passado.

 

Reuters