TV Morena | 4 de fevereiro de 2010 - 09:07

Murilo diz que não troca Senado por seis meses de governo

O vice-governador Murilo Zauith (DEM) disse, em entrevista à FM Cidade, em Campo Grande, que não há nenhuma hipótese de substituir o governador André Puccinelli (PMDB), que tem falado em se afastar durante a campanha à reeleição. Segundo Zauith, em qualquer cenário, é pré-candidato ao Senado.

Embora o período imaginário de afastamento seja de seis meses, não há nenhuma imposição legal que obrigue o afastamento do governador para concorrer à reeleição. O governador voltou a dizer que deve se afastar do governo, mas apenas entre os meses de julho e agosto, assim que começar oficialmente sua campanha. Mesmo assim, a substituição implicaria em Murilo renunciar à postulação ao Senado.

Puccinelli acha que se afastando, aliviaria o bombardeio dos petistas que desde já acusam o governador de obter dividendos eleitorais com o uso da máquina.

O vice-governador ressalvou, no entanto, que o Estado vive o melhor momento, de modo que qualquer que vier a substituir Puccinelli não terá nenhuma dificuldade. “Os projetos caminham muito bem, o plano de investimentos...”.

Zauith disse que seu projeto não é pessoal, mas regional, lembrando que todas as regiões estão ou foram representadas, citando o Cone Sul com o ex-senador Rachid Derzi, Três Lagoas com o senador Ramez Tebet, Corumbá, hoje representada pelo senador Delcídio Amaral, Campo Grande com a senadora Marisa Serrano, e assim por diante.

Em eventual licença do governador, não podendo assumir o vice, o próximo na linha de sucessão é o deputado Jerson Domingos, mas como candidato à reeleição, assumiria o governo o presidente do Tribunal de Justiça do Estado, desembargador Elpídio Helvécio Chaves.

Sobre a corrida presidencial, Zauith acha correta a posição do governador André Puccinelli em esperar a definição do PMDB em nível nacional, que deve sair depois de março. No dia 12 acontece a convenção para eleição do Diretório. Caberá a esse diretório encaminhar os projetos eleitorais, seja de candidatura própria ou de aliança com o PT, a tendência mais provável.

Para Zauith, a decisão do prefeito de Campo Grande, Nelsinho Trad (PMDB), de anunciar apoio à ministra Dilma Roussef é justificável. “Ele não é candidato, não tem comprometimento regional e tem mais é que agradecer Lula pela PEC que garantiu R$ 50 milhões para a Capital”.

Bloco

Murilo Zauith disse que não há crise no Bloco Democrático Reformista (BDR). Segundo ele, em qualquer cenário sua candidatura ao Senado está colocada e tem respaldo, seja com candidatura própria da senadora Marisa Serrano, seja em aliança com o PMDB de Puccinelli. Nesse caso a coligação teria dois candidatos.

A posição do vice-governador de manter o alinhamento com o PMDB na sucessão estadual, no entanto, já provocou reações no PPS e no PSDB, que ao lado do DEM formam o BDR. Em nível nacional o bloco já sustenta candidatura de José Serra na corrida presidencial.

A senadora Marisa Serrano espera orientação da cúpula nacional do PSDB para nortear sua posição, mas a diretriz eleitoral já foi sinalizada em vários encontros. Em todos eles a senadora lembrou da necessidade do PSDB disputar eleição para não perder seu DNA partidário. Se depender do PPS, a senadora é candidata ao governo do Estado.

Entre os tucanos, parte aprova a ideia de voo próprio, notando que o processo eleitoral poderia se definir em segundo turno. Aí sim haveria condições políticas para a coligação tucano-peemedebista para reeleição do governador André Puccinelli, redesenhado o quadro de polarização da disputa entre Puccinelli e Zeca do PT.