Agência Brasil | 3 de fevereiro de 2010 - 05:18

Infraestrutura será foco de investimentos da Funcef em 2010

Infraestrutura e economia interna serão os grandes focos dos investimentos que a Fundação dos Economiários Federais (Funcef) realizará em 2010. A entidade, que é o fundo de pensão dos funcionários da Caixa Econômica Federal, vê como “muito interessantes” os investimentos em usinas hidrelétricas e tentará entrar com participação na de Belo Monte, que será construída no Rio Xingu (PA).

“Já assinamos um compromisso com a Odebrecht e vamos analisar o projeto da Usina de Belo Monte”, informou hoje (2) o presidente da Funcef, Guilherme Lacerda. Segundo ele, o fundo dispõe de R$ 1,3 bilhão para investir em infraestrutura, mas há possibilidade de esse montante aumentar em até R$ 600 milhões as participações, dependendo dos projetos.

A Usina de Jirau também interessa à Funcef. “Nós queremos investir na Hidrelétrica de Jirau e, inclusive, já aprovamos compra de 50% da participação da Camargo Corrêa na usina”, disse o diretor de investimentos da Funcef, Demósthenes Marques. “Nos interessamos também em continuar investindo em PCHs [pequenas centrais hidrelétricas, com capacidade de geração de até 30 megawatts]”, acrescentou o diretor.

Segundo ele, a Funcef tem participado dos leilões de energia eólica, por meio de empresas das quais é societária. “Já temos participações em três lotes de 30 megawatts de energia eólica e pretendemos estender isso nos próximos leilões”, adianta.

“A economia brasileira está em um patamar muito favorável, pela estabilidade na área econômica. Há, portanto, espaço para continuarmos a investir na economia doméstica, com participação em setores de menor risco, como o de infraestrutura, que tem fluxo de capital mais constante”, avalia o presidente da Funcef.

“Nós prevemos que a economia brasileira terá um crescimento maior do que o mundial em 2010. Daí nossa decisão em tocar investimentos vinculados à economia doméstica”, acrescenta o diretor de investimentos. “Não temos nenhuma aversão a investir no exterior. Mas só consideraremos essa possibilidades a partir da exaustão das possibilidades internas, porque há muito a ser feito no Brasil”, completou o presidente da entidade.

Outra frente de atuação da entidade são os fundos de investimentos em concessões de rodovias vinculadas ao Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), principalmente nos que envolvem logística e portos. “Além de termos participação nos portos de Santa Catarina, somos acionistas relevantes dos grupos que estão investindo nas ferrovias da região”, disse Marques.

Outro projeto que tem despertado o interesse da Funcef é o Trem de Alta Velocidade (TAV), previsto para ligar o Rio de Janeiro, São Paulo e Campinas. “Também vamos dar atenção a esse projeto”, afirmou o presidente da Funcef.