Agência Aids | 12 de janeiro de 2010 - 06:40

Aumenta incidência de câncer em pessoas com HIV

Para portadores de HIV, o desafio é viver melhor
O aumento da expectativa de vida do Brasileiro, que segundo o IBGE atingiu 73 anos de idade, é uma conquista a ser comemorada. Porém, viver bastante nem sempre traz apenas boas notícias.

Em muitos casos, pode ser sinônimo de grandes desafios para a saúde. Um exemplo que expõe com clareza as duas faces do aumento na expectativa de vida é o dos portadores de HIV. Até metade da década de 1990, quem contraísse o vírus conseguia permanecer vivo por cerca de 10 anos. Mas com a chegada dos medicamentos antivirais houve uma reviravolta nessa história.

Os remédios conseguem combater a proliferação do HIV, a pessoa é menos agredida pelo micro-organismo e consegue viver por mais tempo, tendo uma expectativa similar alguém não portador do vírus.

No entanto, a permanência do HIV por décadas no organismo começou a mostrar uma face até pouco tempo desconhecida. A primeira notícia negativa veio justamente dos antivirais. Entre os efeitos colaterais dessas drogas, estão o aumento dos níveis de colesterol e triglicerídeos.

Quando os índices estão altos, o paciente está mais propenso a desenvolver algum problema cardíaco. Também pode causar deficiência no funcionamento dos rins, problema que leva a necessidade de hemodiálise.

Outro fato negativo é o aumento na incidência de câncer. Segundo o infectologista Luciano Goldani, do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, era comum, entre os portadores, apenas o surgimento de tumores como linfomas e sarcoma de Kaposi (um tipo de câncer que pode causar lesões na pele). Agora, nota-se o aumento de outros tipos, como o de pele e de pulmão e em quantidade maior se comparados ao grupo não infectado.

Quem vive com aids hoje vive bem melhor do que há 15 anos. Mas precisamos deixar claro que a doença ainda é muito agressiva e não se pode colocar todas as esperanças nos medicamentos. A prevenção continua sendo a principal arma no combate à aids _ ressalta Goldani.

Vacina
A maior esperança para os portadores está no desenvolvimento da vacina terapêutica. A ideia é criar doses capazes de aumentar a força do sistema imunológico do portador. Assim, o paciente estará mais preparado para resistir à ação do vírus.

Se a ciência conseguir realmente desenvolver essa vacina, haverá muitas vantagens. A principal é evitar os efeitos colaterais do coquetel anti-HIV, que prejudicam a qualidade de vida do paciente.Fonte: ClicRBS