Os inúmeros casos de desnutrição na Reserva Indígena de Dourados composta pelas Aldeias Jaguapiru e Bororó assustam, mas isso não impede que o crescimento populacional entre os Terena, Guarani e Kaiowa.

Somente no ano passado nasceram 350 crianças na Reserva de Dourados conforme levantamento feito por João Machado, chefe do Posto da FUNAI (Fundação Nacional do Índio) que funciona na Aldeia Jaguapiru.

João afirmou que esta média de nascimento perdura há mais de dez anos. Segundo ele as mães comparecem ao posto para fazer os registros de nascimentos das crianças assim que elas para garantir o recebimento dos benefícios sociais do Governo Federal.

Atualmente uma superpopulação estimada em 15 mil índios das três etnias habitam a Reserva Indígena de Dourados dividindo uma área de apenas 3.539 hectares. Se a população continuar a crescer desta forma, João acredita que em dez anos a população na Reserva deverá chegar a dez mil índios.

A maioria das famílias, conforme afirmou João Machado vive em menos de mil metros quadrados e não tem espaço sequer para fazer suas roças de mandioca e milho.

O chefe do Posto da FUNAI disse que cerca de noventa por cento dos homens adultos dependem do trabalho nas usinas de açúcar e álcool para garantir o sustento de suas famílias.

“A situação é preocupante”, explicou Machado lamentando que com a nova reestruturação administrativa da FUNAI o Posto da Reserva Indígena será extinto e as mães e os demais índios terão que se deslocar até a cidade para resolver quaisquer problemas relacionados à documentação civil ou outro assunto ligado ao Órgão.