Em outubro do ano passado, o deputado estadual Maurício Picarelli (PMDB) entrou em contato com o MCT (Ministério da Ciência e Tecnologia) para solicitar a instalação do INPP (Instituto Nacional de Pesquisas do Pantanal) em Mato Grosso do Sul. O ministro Sergio Machado Rezende, no entanto, disse ao parlamentar que a proposta original de instalação não será modificada.

Segundo Rezende, o MCT decidiu implantar o instituto na UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso), em Cuiabá, em decorrência de uma parceria mantida desde 2004 com o CPP (Centro de Pesquisa do Pantanal). Este centro gerencia pesquisas em rede nas áreas estratégicas para o bioma Pantanal, integrante instituições e pesquisadores de MS e MT.

Para o ministro, uma alteração na proposta de instalação do INPP seria comprometedora neste momento, já que está incluída no Plano Plurianual 2008-2011. Mas o MCT, conforme ele, poderá instalar futuramente núcleos executores do instituto em outras localidades, além do campus da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), como inicialmente previsto.

Como mais de 65% do Pantanal pertencem a Mato Grosso do Sul, Picarelli frisa que o instituto deveria ser instalado no estado. “O INPP deveria estar localizado em uma cidade realmente pantaneira e desvinculada das instituições já existentes”, explica o peemedebista.

Diversos pesquisadores e ambientalistas, insatisfeitos com essa possível escolha do MCT, procuraram o deputado pedindo apoio para a instalação do instituto em Mato Grosso do Sul. Alguns disseram que a forma como o processo de instalação foi feito só atende aos interesses de um grupo de pesquisadores da UFMT.

Na UFMT já existe o Instituto Nacional de Áreas Úmidas, aprovado em 2008, com aporte de R$ 9 milhões já previstos. “Dois institutos ligados ao mesmo segmento de pesquisas é algo que se torna muito incoerente”, destaca Picarelli.