BBC Brasil | 6 de janeiro de 2010 - 10:44

Mãe é acusada de injetar overdose de heroína em filho doente

Uma mulher está sendo julgada na Inglaterra, acusada de matar o filho que havia sofrido lesão cerebral ao cair de uma ambulância e bater a cabeça em 2007.

A promotoria alega que a mãe acreditava que o filho "estava sofrendo", mas que isso não seria "defesa para assassinato".

Durante o julgamento, em Londres, a promotoria acusou Frances Inglis, 57 anos, de também ter tentado matar o filho em uma ocasião anterior.

Thomas Inglis, 22 anos, estava internado em uma casa de saúde em Herfordshire e foi morto em novembro de 2008.

A mãe dele, que estava em liberdade condicional após ter sido presa por suposta tentativa de assassinato, teria tentado novamente matar o filho, segundo a promotoria. Frances Inglis nega as acusações.

Segundo a promotoria, o jovem não estava em um estado vegetativo persistente e vinha fazendo progresso.

De acordo com a promotoria, Frances Inglis estava estudando para se tornar enfermeira quando supostamente tentou matá-lo da primeira vez, em setembro de 2007.

HIV
Nesta ocasião, uma enfermeira do hospital em que o jovem estava sendo tratado notou que ele havia adquirido "uma cor estranha" e que seu coração parou por vários minutos, disse a promotoria.

A mãe do jovem chegou a ser presa, acusada de usar heroína para tentar matá-lo, mas depois foi posta em liberdade condicional sob a condição de que não procurasse o filho.

Thomas Inglis foi transferido para uma casa de saúde, mas em novembro de 2008, a mãe o visitou afirmando ser a irmã e usando um nome falso, disse a promotoria.

De acordo com Miranda Moore, quando uma enfermeira foi ao quarto de Thomas Inglis, encontrou a mãe dele, que disse ser portadora de HIV e ameaçou cuspir na profissional, antes de fechar a porta.

A enfermeira foi buscar ajuda para entrar no quarto, mas quando voltou, o paciente estava morto.

Segundo a promotora, Frances Inglis disse à enfermeira: "Não tente ressuscitá-lo porque já o matei. Ele está em paz".

"Quando ela se deu conta de que o filho estava morto, caiu numa cadeira", acrescentou a promotora. "Ela acreditou que ele estava sofrendo, e por isso, fez o que fez."

"Isso não é defesa para assassinato. Você não tem o direito de acabar com a vida de alguém deste jeito."

Segundo a promotoria, Frances Inglis disse a um policial que ela havia injetado heroína na perna e braços do filho. Quando o policial perguntou a quantidade, ela respondeu "10 pacotes".

O julgamento continua.