Agência Brasil | 6 de janeiro de 2010 - 09:10

Estabilidade marcou setor avícola brasileiro em 2009

Apesar da crise financeira internacional, o ano de 2009 foi bom para o setor avícola brasileiro, afirmou à Agência Brasil o presidente da União Brasileira de Avicultura (UBA), Ariel Mendes. Em 2008, a produção de frango de corte ficou em 10,966 milhões de toneladas e em 2009 fechou praticamente estabilizada, com 10,962 milhões de toneladas. A redução foi de apenas 0,03%. “Praticamente, repetimos a produção de 2008”.

Em relação à exportação, o Brasil permanece liderando  o ranking mundial. Ariel Mendes disse que o país repetiu também no ano passado o volume exportado em 2008, que foi de cerca de 3,6 milhões de toneladas.

As principais dificuldades enfrentadas pelo setor em 2009 estão relacionadas à obtenção de crédito, tanto para a exportação quanto para o mercado interno. “Tivemos dificuldades, principalmente para capital de giro das empresas”, destacou. O presidente da UBA afirmou que o governo foi “bastante proativo” nesse sentido. “Tudo o que o setor pediu, praticamente foi atendido em termos de  liberação de financiamento”.

O problema, segundo ele,  se concentrou  na rede bancária, que não disponibilizou o dinheiro que foi ofertado pelo governo. “O setor bancário passou a fazer  um número muito grande de exigências com relação, principalmente, a garantias. Isso dificultou a captação desses recursos por parte das empresas. O governo foi sensível aos pedidos do setor. Mas a área bancária não cumpriu a sua parte, fazendo exigências até certo ponto descabidas, porque o nosso setor de avicultura tem uma tradição de pagar suas contas em dia e não rolar as dívidas”.

Por conta da exportação, o faturamento apresentou queda em 2009. Isso ocorreu em função do dólar, disse Mendes. ”Com essa valorização do real em relação ao dólar, isso afetou muito o setor, porque o Brasil é o maior exportador mundial de carne de frango. Exportamos para mais de 150 países.  Em 2008, isso gerou uma receita de US$ 7 bilhões”. Em 2009, esse valor caiu para cerca de US$ 6 bilhões. A crise internacional provocou também queda no preço  do frango no mercado externo. “Os países ficaram com menos dinheiro para financiar ou para pagar as suas importações”.

O consumo brasileiro de carne de frango se mantém, entretanto, em níveis bastante elevados há alguns anos, crescendo à média de 2% a 3% ao ano. “Ou seja, é um aumento quase vegetativo”. Atualmente, o consumo per capita, isto é, por habitante, é de 39 quilos anuais. ”É um consumo já considerado alto”. Em alguns países do Oriente Médio, entretanto,  o consumo per capita chega a 60 ou 62 quilos. Ariel Mendes afirmou que é preciso levar em conta que os países árabes não consomem carne suína e que o preço da carne bovina no mercado internacional é bastante alto.  

O brasileiro consome cerca de 37 quilos de carne bovina por ano e 13 quilos de carne suína. Segundo Mendes, embora a renda familiar tenha aumentado no Brasil nos últimos anos, isso acaba se refletindo no aumento de outros produtos industrializados e processados, não sendo  mais direcionado para o consumo da carne de frango, como ocorreu em passado recente.