Na primeira reunião de 2010 entre o governador do Distrito Federal José Roberto Arruda (sem partido) e o seu secretariado não se falou sobre a crise gerada no fim do ano passado com as denúncias do chamado "mensalão do DEM", partido de Arruda antes do escândalo.

A reunião foi realizada no início da tarde desta terça-feira, com a presença de Arruda e de todos os secretários do governo do Distrito Federal (GDF). Segundo nota divulgada pela agência de comunicação do GDF, a equipe debateu os planos do governo para 2010 e tratou das contas de 2009.

De acordo com o GDF, todas as faturas com vencimento até 31 de dezembro de 2009 foram pagas e não há nenhuma pendência para este ano.

Arruda e sua equipe debateram ainda um cronograma para inaugurações de mais de duas mil obras em todo o DF e, segundo nota divulgada, foi acordado que não haverá correção nos valores do IPTU e do IPVA deste ano.

A reunião durou cerca de duas horas a portas fechadas e tanto Arruda quanto todos os seus secretários evitaram falar com a imprensa.

A crise do governo Arruda começou no final do ano passado quando seu ex-secretário, Durval Barbosa, decidiu colaborar com investigações da Polícia Federal (PF) e entregou diversos vídeos de Arruda e de seus aliados políticos recebendo dinheiro supostamente vindo de propina.

O esquema, conhecido como o "mensalão do DEM", resultou no afastamento de diversos secretários de Arruda que apareceram nas imagens e também no afastamento temporário do presidente da Câmara Legislativa do DF deputado Leonardo Prudente (sem partido).

Com a chegada das festas de fim de ano, a crise esfriou e a repercussão em torno do assunto diminuiu, criando um ambiente favorável para que Prudente fosse reconduzido ao cargo e Arruda voltasse a governar como se nada tivesse acontecido.