16 de novembro de 2004 - 13:21

Corpos são encontrados onde houve explosões no PR

Equipes de resgate retomaram nesta manhã as buscas a quatro pessoas que desapareceram ontem após duas explosões no navio chileno Vicuña, ancorado no porto de Paranaguá, no Paraná. Os outros 24 tripulantes estão bem. Nesta manhã, um corpo carbonizado foi encontrado perto da Ilha das Cobras, a dois quilômetros do local onde houve as explosões. É preciso fazer análises no Instituto Médico Legal (IML), para onde eles foram levados, para saber se os corpos são dos desaparecidos. Ainda podem ocorrer novas explosões na embarcação.

O tenente Eduardo Pinheiro, do Corpo de Bombeiros, disse que o corpo encontrado próximo à ilha aparenta ter "participado da explosão". O segundo corpo foi localizado próximo ao porto, mas ele pode ser de uma das duas pessoas que desapareceram no mar durante o feriadão.

Os desaparecidos são o superintendente da Humboldt, Juan Carlos Sepulveda, o oficial eletricista Jose Eduardo Obreque, o marinheiro Ronald Peña. Os três são de origem chilena. Além deles, o argentino Alfredo Omar Vidal também está sumido.

A embarcação naufragou após a explosão da carga de metanol, por volta das 19h30 de ontem. O Corpo de Bombeiros continua trabalhando para apagar o fogo que ainda atinge alguns compartimentos do navio. Hoje, técnicos farão uma vistoria no navio para identificar as possíveis causas do acidente.

Conforme o telejornal Bom Dia Brasil, o navio, atracado no pier da Cattalini, empresa de óleos vegetais, portava cinco milhões de litros de metanol em seus tanques. O navio afundou com pelo menos metade da carga em seu interior. Técnicos verificam hoje a extensão do vazamento de combustível.

O superintendente do Porto de Paranaguá, Eduardo Requião, estima que cerca de um milhão de litros de óleo tenham sido derramados no mar. Requião informou que responsabilizará a empresa que operava a embarcação. O navio é de propriedade da Sociedad Naviera Ultragas.

A Guarda Portuária informou ontem que duas fortes explosões seguidas de labaredas chamaram a atenção dos trabalhadores no porto. A força da explosão foi tão forte que partiu o navio ao meio. O estrondo foi ouvido em toda a cidade. Três rebocadores foram utilizados para tentar conter o fogo. Ao mesmo tempo, o Corpo de Bombeiros teve que resfriar um dos três tanques que não explodiu.

Requião disse que não existe mais risco de novas explosões. O porto deve voltar a funcionar ainda nesta terça.

Oito chilenos chegaram a ser levados para o Hospital de Paranaguá, mas foram medicados e liberados. O acidente provocou o cancelamento da festa em homenagem a Nossa Senhora do Rocio, padroeira do Estado.

 

Terra Redação