Onconguia | 4 de janeiro de 2010 - 14:27

Diagnóstico de melanoma demora mais para negros e hispânicos

Os negros e os hispânicos têm menor probabilidade que os brancos de desenvolver melanomas, mas quando descobrem que sofrem da doença esse câncer de pele em geral já está em estágio avançado, de acordo com um novo estudo sobre casos de melanoma na Flórida.

O estudo, publicado pela revista Archives of Dermatology, utiliza dados do Sistema de Dados sobre o Câncer da Flórida, um registro estadual sobre a doença, e considerou 41.072 casos de melanoma diagnosticados entre 1990 e 2004. Os casos incluíam 39.670 diagnósticos envolvendo brancos não hispânicos, 1.148 casos envolvendo hispânicos e 254 casos envolvendo negros.


Enquanto 12% dos pacientes brancos não hispânicos tinham melanoma em estado avançado no momento do diagnóstico, 18% dos hispânicos e 26% dos negros enfrentavam a mesma situação, com o câncer já mais espalhado, constatou o estudo.


"A mensagem, em resumo, é a de que ainda que o risco de câncer de pele seja menor para os negros e os hispânicos, ainda assim é possível que desenvolvam melanomas, mas parece existir menor conscientização quanto à doença, entre eles, o que em geral significa que só têm o problema diagnosticado em estágio mais tardio", disse o Dr. Robert Kirsner, principal autor do estudo e vice-diretor do departamento de dermatologia no Centro de Câncer Sylvester, parte da Escola Miller de Medicina, na Universidade de Miami.

Ainda que a análise se refira apenas a casos diagnosticados na Flórida, o Estado tem população negra bastante ampla, e seu registro de câncer vem coligindo dados sobre a incidência de câncer entre os hispânicos desde 1981. Kirsner também lembrou que o Estado tem alta exposição ao Sol.