Folha Online | 29 de dezembro de 2009 - 14:46

Valor de mercado de empresas brasileiras mais que dobra em 2009

Levantamento da consultoria Economática demonstra que o valor financeiro das empresas brasileiras teve um crescimento superior ao das demais empresas latino-americano e foi bem acima de grandes companhias dos EUA ao longo deste ano. Entre o final de 2008 e o dezembro deste ano, o chamado "valor de mercado" das empresas nacionais mais que dobrou (129,6%).

A pesquisa faz referência somente às empresas que possuem ações negociadas em Bolsa de Valores. O valor de mercado de uma empresa é calculado pelo número de suas ações multiplicado pelo preço que os investidores estão dispostos a negociar por cada um desses papéis.

A Economática aponta que as 304 empresas brasileiras de capital aberto representavam um valor de US$ 533,6 bilhões o final de dezembro de 2008. Até ontem, o valor de mercado total das empresas brasileiras já era de US$ 1,224 trilhão.

Bancos, petróleo e mineração

Esse crescimento foi puxado principalmente por três setores, os mais representativos no mercado de capitais brasileiro: bancos, empresas de petróleo e gás, e mineradoras. O primeiro, com um valor de mercado total de US$ 259,62 bilhões no final deste ano, com um incremento de 125,9%.

No caso do setor de petróleo e gás, o valor de mercado total somou US$ 231,78 bilhões, em um crescimento de 121%. Já para o setor de mineração, o valor de mercado calculado foi de US$ 144,78 bilhões, em um salto de 143% sobre o ano passado.

Nesse período, o setor que mais cresceu foi o construção civil e imobiliárias em geral. Entre 2008 e 2009 (até ontem), o valor de mercado total das empresas negociadas em Bolsa passou de US$ 6,557 bilhões para US$ 30,678 bilhões, o que significa um aumento de 368% no período.

EUA e América Latina

A Economática também comparou o desempenho das empresas brasileiras com as demais companhias do continente americano, a partir de uma amostra de 704 companhias de capital aberto latino-americanas e das 500 empresas que fazem parte do índice S&P 500, um dos principais "termômetros" da Bolsa de Valores de Nova York.

Enquanto as empresas brasileiras consideradas tiveram crescimento de 129,6% (considerando somente o valor de mercado), as empresas peruanas tiveram um incremento de 85,4%, enquanto as chilenas, de 71,3%. No caso do México, outra importante economia do subcontinente, o valor de mercado das empresas abertas locais aumentou 55,7% (pela amostra da consultoria Economática).

O desempenho argentino foi ainda menor: o valor de mercado das empresas desse país teve um salto de 43,2%. Mas o pior desempenho da região foi reservado para a Venezuela: 12%.

No caso das empresas dos EUA, país que esteve no epicentro da crise mundial, o valor de mercado das empresas consideradas aumentou 28,1%.

A Economática destacou que as 704 empresas latino-americanas consideradas na amostra representadas somente 20,1 % do valor de mercado das 500 empresas dos EUA.