Se deixou um pouco a desejar, as exportações de carne bovina estiveram distante do colapso. Os embarques devem alcançar 1,92 milhão de toneladas este ano, contra os 2,16 milhões de toneladas embarcados em 2008, pequena queda de 24 mil toneladas. O faturamento nos doze meses de 2009 pode alcançar 4,2 bilhões de dólares, ante 5,3 bilhões de dólares da temporada passada.

Segundo o presidente da Abiec – Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne – Roberto Gianetti da Fonseca, em 2010, a retomada dos negócios é certa. “Esperamos um aumento entre 10% e 20% na receita, pois a cotação da carne no mercado internacional está reagindo", diz.

Segundo ele, em fevereiro deste ano a tonelada estava próxima dos 3 mil dólares. “A previsão é de atingir 3,6 mil dólares neste mês de dezembro”, afirma. Ainda em dezembro, o volume exportado deve ficar próximo das 162 mil toneladas, contra 143,5 mil toneladas em igual mês de 2008.

Gianetti afirma que a crise econômica mundial foi responsável pelas quedas de receita e de volume exportado este ano. “Clientes fortes, como a Rússia, compraram menos, assim como o Egito". Destaque para Hong Kong, segundo maior importador, e para o Irã, terceiro no ranking. Apesar de ter diminuído a importação, a Rússia segue no topo. Já Hong Kong experimentou o salto devido ao fato de a China não comprar carne diretamente do Brasil.

A notícia boa deste ano, segundo Gianetti, foi o retorno do Chile ao mercado brasileiro. Desde 2005, aquele país não comprava carne espantado pelo surto de febre aftosa que ocorreu em Mato Grosso do Sul. No passado, o Chile adquiria 100 mil toneladas de carne brasileira. Voltou importando 40 mil toneladas.

O representante da Abiec ressalta que uma decisão do governo deu um alento para o setor na despedida deste ano. “É a Lei 12.058, que elimina a cobrança do PIS e do Cofins na entrada ou na saída do produto nos frigoríficos. É uma nova estrutura tributária, extremamente positiva e que deverá dificultar muito a vida dos matadouros clandestinos", completa.