O excesso de energia hídrica, em decorrência da situação hidrológica favorável, e a retração do consumo automotivo e industrial mantiveram o consumo de gás natural em queda em novembro. Segundo a Associação Brasileiras das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás), no mês passado, o consumo ficou abaixo da média de novembro de 2008, com queda de 19,52%. Foram consumidos 37,8 milhões de metros cúbicos diários.

Na comparação com o mês de outubro, o consumo caiu 1,36%.De acordo com a Abegás, a queda foi puxada pelos setores industrial, elétrico e residencial. O gás natural é responsável por 10,3% da matriz energética do país.

A Abegás atribui o quadro de queda nas vendas e na expansão ao alto preço em um cenário que mostra a instabilidade do mercado e retração nos investimentos. “Diante do atual processo de transformação em que o mercado de gás natural se encontra, as indefinições de cunho político e regulatório ainda são grandes, contribuindo para a morosidade da expansão da indústria”, diz, em nota, a associação.

Dados da associação indicam que o setor de geração elétrica foi o que mais influenciou no resultado, já que as térmicas consumiram 82,83% a menos do que em 2008. Em contrapartida, o setor industrial – o que mais consome gás natural – ganhou um pouco de força, com 2,72% a mais do que no ano anterior. Os segmentos residencial, comercial e de cogeração apresentaram crescimento de, respectivamente, 2,71%, 8,60% e 20,42%.

O uso de gás natural em veículos automotores também continua em queda: 7,64%, na comparação entre novembro de 2008 e novembro de 2009.

De acordo com estudos da Abegás, há hoje uma disponibilidade não aproveitada da ordem de 27 milhões de metros cúbicos por dia, número que atesta que o setor passou da condição de competitividade para a de atratividade momentânea com a realização dos leilões.