Blog do Josias de Souza | 23 de dezembro de 2009 - 07:43

PSDB sonha com um projeto de poder para 16 anos

O PSDB vai à sucessão de 2010 com os olhos voltados para 2026. O partido rumina em segredo um projeto de poder longevo. Coisa para os próximos 16 anos.

Entre 2011 e 2018, dois mandatos de quatro anos para José Serra. Daí em diante, mais oito anos de Aécio Neves.

Para reforçar as chances de êxito do primeiro passo, a eleição de Serra em 2010, o partido vai intesificar no início do ano a pressão sobre Aécio.

Deseja-se convencê-lo a aceitar a posição de vice na chapa tucana. Martela-se a tecla de que uma dobradinha Serra-Aécio seria “imbatível”.

Por quê? São Paulo e Minas, Estados em que Serra e Aécio estão bem postos nas pesquisas, reúnem 30% do eleitorado brasileiro.

Imagina-se que, juntos, os dois governadores amealhariam nos dois maiores colégios eleitorais do país uma quantidade de votos que faria a diferença.

Abririam uma vantagem difícil de ser revertida pela rival Dilma Rousseff, mesmo escorada na popularidade lunar de Lula.

Para quebrar as resistências de Aécio, planeja-se convertê-lo num vice inusual. Em vez do ócio, espécie de mãe de todos os vices, o compartilhamento do poder.

Estratégia urdida com a participação de FHC, presidente de honra do PSDB, prevê contemplar Aécio com o controle de nacos da Esplanada.

Noves fora a área econômica, da qual Serra não abre mão, admite-se confiar a Aécio o domínio de ministérios à sua escolha.

Em mensagem levada ao seu microblog, Aécio insinuou que abandonou a condição de presidenciável, mas não abdicou da pretensão de chegar ao Planalto.

Na peça, ele agradece o apoio recebido dos internautas à sua pregação em torno da “idéia de um país novo, de um projeto novo”.

Afirma que o trabalho está “apenas começando”. Repisa o “novo projeto”. E arremata: “Eu acho que o Brasil ainda vai vivê-lo”