As 68 empresas estatais federais dos setores produtivo e financeiro efetuaram o pagamento de R$ 53,6 bilhões em investimentos de janeiro a outubro deste ano, informou nesta sexta-feira (18) o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.

Segundo o Ministério do Planejamento, este é o maior volume de recursos executados para o período desde que o Brasil passou a ter uma moeda estável, há 15 anos. Para todo ano de 2009, estão programados R$ 79,9 bilhões em investimentos pelas estatais. 

Na avaliação do governo, isso comprova que o setor estatal se consolidou como um dos "principais sustentáculos da economia, colaborando firmemente para que o país saísse mais rapidamente da crise financeira mundial".

Crescimento

"Chegamos no olho do furacão, quando a crise estava atingindo a sua forma aguda. E conseguimos crescer, em média, 40% na execução, de bimestre a bimestre”, disse o economista Murilo Barella, diretor do Departamento de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (Dest), ligado ao Ministério do Planejamento.

Desde o começo do ano, segundo Barella, o Dest identificou que houve uma "aceleração nos investimentos realizados". "Na verdade, o pessoal vinha numa curva de aprendizagem, pois as estatais ficaram anos sem investir, exceto Petrobras. ‘Fazer obras? O que é isso?’ A Infraero, por exemplo, confessou isso para a gente", afirmou ele.

Criação do PAC

Barella disse ainda que, no primeiro mandato do governo Lula, havia estatais com perspectiva de privatização. "Pelo menos não tinham uma definição clara de que iriam continuar no sistema estatal. A Eletrobrás, por exemplo, não construía uma represa há quanto tempo? Com a criação do PAC, elas foram chamadas a cumprir um papel e deram sua resposta", afirmou ele.