G1 | 18 de dezembro de 2009 - 08:08

Técnicos monitoram contaminação de aves no Pantanal

Técnicos de Defesa Sanitária Animal de Mato Grosso do Sul estão percorrendo as propriedades rurais do Pantanal para monitorar as aves domésticas. Patos, galinhas e outras espécies podem ser contaminados por aves migratórias que passam pela região em busca de alimento. O trabalho faz parte do Plano Nacional de Contingência da Influenza Aviária.

É nesta época do ano que as aves do continente norte-americano vão para o Pantanal em busca de temperaturas mais altas e fartura de alimento. Com elas podem chegar também diversas doenças e até o vírus da influenza aviária, que já foi detectado em aves de criatórios da Ásia e em espécies selvagens dos Estados Unidos e de vários países da Europa.   

Os fiscais montaram um miniconsultório a céu aberto. Na propriedade, que fica na Curva do Leque, no Pantanal de Corumbá, as aves domésticas são examinadas. Os fiscais do Ministério da Agricultura e da Agência de Defesa Sanitária de Mato Grosso do Sul retiram amostras de sangue das aves e também sedimentos da traquéia e da cloaca do animal. “Coletamos o sangue das galinhas e deixamos a seringa na posição inclinada para poder separar o soro”, disse a fiscal federal Isabela Ciarlini.
   
O soro e as amostras são armazenados em isopores e levados para um veículo adaptado para o serviço. “Na van, a gente faz o trabalho como se fosse um laboratório. A gente identifica as amostras e elas são congeladas para posterior envio ao laboratório”, comentou a fiscal estadual Janine Ferra.

O trabalho dos fiscais é de prevenção. Faz parte do Plano Nacional de Contingência da Influenza Viária. Neste ano, foram visitadas nove propriedades que criam aves domésticas. Segundo o Ministério da Agricultura, no Brasil não existem focos da doença. “Se o vírus passar por aqui a gente detecta precocemente e pode combater ainda na fonte, antes de atingir os aviários comerciais”, afirmou o fiscal federal João Ormay.

No Brasil, além de Corumbá, há 17 sítios de aves migratórias que são monitorados. Todo o material recolhido e armazenado é encaminhado à cidade de Campinas, no interior de São Paulo, onde fica o Laboratório Nacional Agropecuário do Ministério da Agricultura. Os exames devem ficar prontos em um mês. Caso seja detectada a presença do vírus da influenza viária, todos os animais serão sacrificados, evitando que a doença se espalhe pelo país.

Cento e cinquenta amostras de sangue de aves domésticas foram coletadas, esta semana, para análise.