Médicos do hospital pedem demissão em Ponta Porã
A informação foi dada ontem pelo presidente do Sindiporã (Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Ponta Porã), Alci Paim, que esteve no Jornal da Praça para explicar as reivindicações da categoria. A greve dos médicos foi deflagrada por remuneração mais justa e contra a jornada considerada “desumana” à que estão sendo submetidos diariamente, por conta do acúmulo de serviço.
Os atendimentos estão parados e nenhum paciente que não esteja em estado crítico está sendo recebido no hospital regional. Só os pacientes que estão internados estão recebendo atendimento. Esta é a pior crise na área da saúde em Ponta Porã nos últimos dez anos. Os clínicos restantes reclamam que estão tendo de trabalhar de manhã, à tarde e à noite para receber um salário condizente nos plantões.
Por cada plantão os profissionais recebem R$ 500. Eles entregaram uma carta ao secretário de Saúde, Josué da Silva Lopes, reivindicando R$ 700 por plantão. O prefeito Flávio Kayatt (PSDB) teria sinalizado com R$ 600. Os médicos não aceitaram e cruzaram os braços. Por causa disso, foi marcada uma reunião para ontem de manhã entre os médicos e os secretários municipais de Saúde e de Governo.
Mas a dupla dinâmica não apareceu. Segundo Alci Paim, uma nova reunião foi marcada para a manhã de hoje, às 9h, com a presença do prefeito Flávio Kayatt, que até ontem permanecia irredutível em relação às reivindicações dos médicos da fronteira.
SALÁRIOS
O presidente do Sindiporã informou que anteontem, em reunião da categoria, foi lançado um abaixo-assinado deliberando que qualquer benefício que seja concedido aos médicos, deve ser também estendido aos demais servidores do hospital, como administrativos, serviços gerais, enfermeiros, guardas, motoristas, artífices de copa e cozinha, nutricionistas, psicólogos, assistentes sociais, bioquímicos, entre outros.
“O Orçamento para 2010 foi votado pela Câmara e não foi aprovado nada relacionado a reajustes salariais para os servidores do município, como havíamos pedido”, disse Paim. Ele garante que o sindicato está para apoiar os servidores. “Só ficou promessa para o ano que vem; queremos plantões e reajuste do salário-base, e vamos esperar até segunda-feira por uma resposta do Executivo”, garantiu.
O sindicalista lamentou que a situação tenha chegado ao ponto em que chegou. Hoje ele deverá participar da reunião dos médicos com o prefeito. “Queremos respostas concretas, não queremos que a população seja penalizada com falta de atendimento
médico no hospital e nos postos de Saúde”, argumentou. A decisão final sobre o pedido de demissão coletiva dos médicos deve sair após a reunião de hoje. 24 HORAS
Outra decisão que terá de ser tomada o mais breve possível é em relação ao Posto 24 Horas do Jardim Marambaia. Considerado pela administração como uma ‘grande obra’, a unidade já padece da falta de médico e de funcionários. Pacientes que precisaram de atendimento durante a noite e de madrugada, afirmam ter encontrado o posto fechado, apesar de, em tese, ter que permanecer aberto 24 horas.