Um policial civil, responsável por um abrigo em Simões Filho (BA), foi preso nesta quarta-feira (16) acusado de manter 65 pessoas em cárcere privado. A promotora de Justiça Ana Rita Nascimento, do Ministério Público da Bahia, explicou que entre as vítimas há idosos e pessoas com deficiência física ou intelectual.

“Recebemos denúncias de maus-tratos e cárcere privado. Muitos familiares também reclamavam que o responsável também confiscava o cartão de benefícios dos parentes”, disse a promotora.

O grupo era mantido no local em situação degradante, como ressalta a promotora. “As pessoas eram mantidas em condições subumanas. Estavam presas em quartos com grades e cadeados. Muitas vítimas estavam nuas, sujas. Havia urina e fezes no chão”, afirmou. 

Uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, que acompanhou a operação, prestou os primeiros atendimentos ao grupo, que foi encaminhado para fazer exame de corpo de delito. Depois, todos seriam encaminhados a um abrigo em Salvador.

Peritos filmaram e tiraram fotos do abrigo, que foi interditado. Material recolhido no local também será analisado. Por enquanto, apenas o policial civil que teve a prisão temporária decretada é considerado responsável pelo abrigo. O Ministério Público vai investigar se há uma organização criminosa envolvida no crime.

De acordo com a promotora, o abrigo era mantido com verba estatal e tinha contas fiscalizadas pelo Tribunal de Contas da Bahia. “A partir de agora, vamos ver como esse dinheiro foi gasto, realizar perícias nos recibos e faturas para decidirmos que providências serão tomadas”, disse.