Conjuntura | 12 de dezembro de 2009 - 08:42

Ruralistas temem prejuízos no escoamento da safra

Produtores rurais da comunidade Bandeirantes, que fecharam ontem a MS-156, temem prejuizos no escoamento da safra. Os ruralistas querem a inclusão de uma rotatória de acesso a Bandeirantes, distrito de Itaporã, e pretendem acionar a Justiça para impedir a continuidade da obra de duplicação da rodovia que liga Dourados a Itaporã.

De acordo com o produtor rural José Carlos Mattos, mais de 50 famílias estão sendo prejudicadas com a decisão. Ele explica que sem a rotatória, o percurso dos agricultores no escoamento da safra é de 20 quilômetros a mais por dia, o que representa cerca de 30% de custos extras na produção.

O produtor rural Tetsuo Taguti conta que as famílias são responsáveis pelo abastecimento de feiras em Dourados e Itaporã. Segundo ele, a ida e vinda constante da cidade para o campo é uma realidade. “Com quilometragem maior, além de elevados gastos, se atrasa a produção.

Muitas vezes, peças de maquinários ficam parados à espera urgente de manutenção e quanto mais rápido se resolve o problema, menor a perda na lavoura”, exemplifica.

Elier Ferreira da Rocha conta que esta foi a única alternativa encontrada pelos ruralistas na tentativa de solucionar o problema. Segundo ele, além da rotatória, o ponto de ônibus que ficava no local foi arrancado, prejudicando a rotina diária de dezenas de estudantes.

“A situação é crítica. Numa rodovia extremamente movimentada, como uma mãe vai ficar no meio dela, sem proteção de sol e chuva, muitas vezes com o filho no colo, para esperar ônibus”, indaga.

Conforme ele, para construir a rotatória, a Agesul teria que adentrar em parte de uma área de um produtor rural, que não aceitou ceder o  território sem indenização e acionou a Justiça.

“O Estado poderia negociar melhor com o dono da terra e garantir a obra, que é de fundamental importância para as famílias de Dourados e Itaporã”.

 Outro lado

A Agesul (Agência Estadual de Gestão e Empreendimentos), por meio da assessoria de imprensa, esclareceu que a rotatória foi retirada do projeto devido a uma ação judicial de um dos produtores.

A decisão foi tomada, segundo o Estado, porque é preciso “cumprir o cronograma de entrega da obra”.