Folha Online | 10 de dezembro de 2009 - 15:42

Grego assume ter pago a piratas resgate por navio que saiu do Brasil

Piratas somalis libertaram nesta quinta-feira um navio de bandeira maltesa chamado Ariana e os 24 tripulantes ucranianos que estavam a bordo, após mais de seis meses de sequestro. O proprietário da embarcação, o grego Spyros Minas, da empresa Alloceans Shipping, informou ter pago um resgate aos criminosos que capturaram o navio, carregado de soja, ao norte de Madagascar, durante seu trajeto entre o Brasil e o Irã.

"O navio foi libertado há algumas horas, e os piratas se foram. [...] O navio segue agora para o Oriente Médio", afirmou Minas.

O presidente da Ucrânia, Viktor Yushchenko, confirmou a libertação dos tripulantes daquele país, entre os quais estavam duas mulheres. "Um avião da Ucrânia os trará de volta logo", afirmou, em um comunicado.

O montante pago pelo resgate não foi confirmado, mas, mais cedo, em entrevista à agência de notícias Associated Press, um homem que se identificou como Ahmed Gedi e afirmou ser pirata disse que foram US$ 2,8 milhões (aproximadamente R$ 5 milhões). "Após conferirmos [o dinheiro], vamos deixar o navio e libertá-lo", disse.

Em entrevista à agência de notícias Efe, o proprietário do navio não quis dizer o preço pago pelo resgate, mas confirmou que poderia ser inclusive mais que os US$ 2,5 milhões então especulados pela imprensa grega.

Não há previsão para a chegada do navio. De acordo com o proprietário, o tempo do trajeto dependerá das condições da embarcação.

Outro navio grego, o petroleiro Maran Centaurus, está sequestrado pelos piratas somalis desde 29 de novembro, com uma tripulação de 28 pessoas (16 filipinos, nove gregos, dois ucranianos e um romeno) e as negociações continuam. O Maran Centaurus tinha zarpado do Kuait com 300 mil toneladas de petróleo com destino aos Estados Unidos e foi sequestrado no final de novembro, a 700 milhas a leste do litoral da Somália.