Diário MS | 10 de dezembro de 2009 - 08:28

Juiz da 2ª Vara analisa processo de liquidação da Cooagri

O processo de liquidação da Cooagri (Cooperativa Agropecuária e Industrial) já está sendo analisado pelo juiz da 2ª Vara Cível de Dourados, José Carlos de Souza. O processo foi recentemente distribuído pelo TJ/MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) e consta entre os 1.200 processos recebidos pelo magistrado nos últimos dias. Ontem, ele informou que o processo é bastante volumoso e que ainda não há previsão para as primeiras providências. Os funcionários da cooperativa têm esperança de receber ainda este ano.
O juiz José Carlos de Souza disse ontem ao Diário MS que o processo – bastante volumoso – está sendo analisado e que só poderá fornecer mais informações em pelo menos uma semana. “Neste momento, não tenho condições de informar nada, porque o processo ainda está sendo analisado”, informou. “Pelo menos um passo será dado nos próximos dias, mas ainda não sei dizer qual será. Para isto, preciso avaliar o que consta nos autos”, acrescentou.
Segundo o magistrado, a 2ª Vara analisa em torno de 3,4 mil processos. Somente nos últimos dias, foram 1.200 processos recebidos, sendo um deles o da Cooagri. “Ainda estou tomando pé da situação”, garantiu.
A lentidão no andamento do processo de liquidação dos bens da Cooagri já gerou diversas manifestações dos funcionários, as últimas delas realizadas em Maracaju e Dourados. 350 funcionários estão com os salários atrasados há pelo menos cinco meses. Eles também não tiveram baixa na Carteira de Trabalho, o que mantém o vínculo com a cooperativa e impede a contratação por outras empresas.
O pedido de liquidação do patrimônio (equiparada ao processo de falência) foi a solução encontrada pela direção da Cooagri para o pagamento da dívida da cooperativa, estimada em R$ 240 milhões. Somente de encargos trabalhistas com os funcionários são R$ 4 milhões de dívidas, uma das prioridades com o decreto de liquidação da cooperativa, juntamente com os impostos devidos ao governo.
Recentemente, o liquidante da Cooagri, Gilberto Arce Bernardi, disse que os funcionários esperavam receber os atrasados ainda este ano, antes do recesso forense. Ele explicou que o processo de liquidação é bastante longo – porque exige o encerramento do CNPJ da empresa – mas lembrou que o pagamento dos funcionários pode ser feito com mais rapidez, já que depende apenas do levantamento de recursos.
“Isto pode ser feito através da venda do patrimônio ou arrendamento das instalações da cooperativa, com pagamento adiantado”, avaliou. A pendenga judicial envolvendo a Cooagri tem gerado grandes transtornos para os funcionários. Muitos deles estão enfrentando sérias dificuldades financeiras, principalmente por causa do vínculo trabalhista com a cooperativa.
 
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