Folha Online | 9 de dezembro de 2009 - 17:01

Dólar fecha a R$ 1,77; Bovespa inverte tendência e recua 0,21%

As notícias sobre rebaixamento das notas de risco soberano elevaram a temperatura no mercado de câmbio doméstico, puxando a moeda americana para seus maiores preços em mais de dois meses.

Dessa forma, o dólar comercial foi vendido por R$ 1,771, em um avanço de 0,73%, nos últimos negócios desta quarta-feira. Os preços da moeda americana oscilaram entre R$ 1,775 e R$ 1,748. Nas casas de câmbio paulistas, o dólar turismo foi cotado por R$ 1,880, em alta de 1,07%.

A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) sofre perda de 0,21%, aos 67.584 pontos. O giro financeiro é de R$ 4,61 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York tem leve queda de 0,02%.

Ontem, o mercado já ficou nervoso com a notícia de que a agência de classificação de "rating" (risco de crédito) Fitch rebaixou a classificação da Grécia, com base em preocupações sobre o estado das contas públicas desse país. No dia anterior, a agência Moodys havia alertado para as dificuldades de grandes economias, como França e EUA, administrarem suas dívidas por conta da fraca recuperação econômica.

Hoje, a agência Standard & Poors rebaixou a perspectiva do rating soberano (nota de risco de crédito de um país) da dívida de longo prazo da Espanha de "estável" para "negativa", abrindo a possibilidade de ocorrer a queda da nota.

"Em cenários como esse, é habitual que bancos e fundos procurem manter dólar em suas carteiras como precaução", comenta Aldair Lara Alves, da mesa de operações da corretora Moeda. "O volume de negócios diário está realmente abaixo da média que nós vimos nos últimos meses e nós estamos com a perspectiva de uma saída de capital por conta de remessa de lucros e pagamento de juros sobre capital pelas nos próximos dias", acrescenta, lembrando ainda dos leilões diários de compra do Banco Central.

Hoje, o BC entrou no mercado de câmbio às 15h32 (hora de Brasília), aceitando ofertas por R$ 1,7714 (taxa de corte).

Entre outras notícias importantes do dia, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) registrou uma inflação de 0,41% em novembro, pela leitura do IPCA. Em outubro, a inflação oficial foi de 0,28%.

O Copom (Comitê de Política Monetária) anuncia nas próximas horas a nova taxa básica de juros do país, hoje em 8,75% ao ano. A grande maioria dos economistas do setor financeiro aposta na manutenção desse patamar, mas acredita num ajuste dos juros provavelmente a partir do segundo semestre de 2010.

Juros futuros

O mercado de juros futuros, que sinaliza o custo do dinheiro para os bancos, elevou novamente as taxas projetadas nos contratos de prazo mais longo.

No contrato que aponta os juros para outubro de 2010, a taxa prevista subiu de 9,88% ao ano para 9,91%; e no contrato de janeiro de 2011, a taxa projetada avançou de 10,42% para 10,46%. Esses números são preliminares e podem sofrer ajustes.