Folha Online | 9 de dezembro de 2009 - 16:01

Exame comprova que sangue usado em investigações é do casal Nardoni

O exame de DNA feito a partir da nova amostra de material genético de Alexandre Nardoni e de Anna Carolina Jatobá --acusados de matar a filha dele, Isabella Nardoni, 5,-- comprovou que o sangue armazenado pelo IC (Instituto de Criminalística) é, de fato, do casal. O resultado foi confirmado nesta quarta-feira pelo Ministério Público de São Paulo.

O exame foi realizado a pedido da defesa dos acusados, que argumentava que o sangue armazenado no IC --e que foi utilizado para gerar grande parte das provas durante as investigações-- não era do casal.

"Todas as provas da acusação foram geradas com base nesse material [o sangue do casal]. Mas eu tenho um documento assinado pelos dois [Alexandre e Anna Carolina] afirmando que não foi retirado sangue na época", afirmou o advogado Roberto Podval no mês passado. A Folha Online, entretanto, ainda não conseguiu localizar o advogado nesta quarta-feira para comentar os resultados.

O promotor Francisco Cembranelli informou, na ocasião da coleta do novo material genético, que o resultado não muda o andamento do processo e a contraprova não deverá ser usada pela acusação. "Essa é uma tentativa da defesa de encontrar alguma falha que desqualifique o trabalho da perícia e da acusação", afirmou.

O material genético de Nardoni e Jatobá foi coletado por peritos do IML (Instituto Médico Legal), acompanhados da defesa e da Promotoria, nos presídios feminino e masculino de Tremembé (a 147 km de São Paulo), onde eles estão presos, no início de novembro.

Apesar de ter aceitado a realização do exame genético, o juiz Maurício Fossen determinou que o material coletado --mucosa da parte interna da boca, fio de cabelo ou outro material compatível-- fosse examinado pelo IC, e não por peritos apontados pela defesa dos Nardoni, como pedia a defesa segundo o Ministério Público.

Crime

A menina Isabella morreu no dia 29 de março de 2008, quando foi jogada do sexto andar do prédio onde moravam seu pai e sua madrasta, na zona norte de São Paulo. O casal foi preso em maio daquele ano e permanece na prisão desde então.

Os desembargadores da 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo decidiram que o casal deve ser levado a júri popular pelo crime. O julgamento ainda não tem data definida, mas a expectativa da Justiça é que ocorra em 2010.