Folha Online | 8 de dezembro de 2009 - 17:11

Dólar sobe mais de 2% e fecha a R$ 1,75; Bovespa retrocede 1,21%

Um certo nervosismo do mercado com as notícias da economia europeia, casada com a queda significativa do volume de operações no câmbio doméstico, fez o preço da moeda americana subir mais 2% na jornada desta terça-feira.

Assim, o dólar comercial foi vendido por R$ 1,758, em alta de 2,14%, nas últimas operações de hoje. As taxas oscilaram entre R$ 1,758 e R$ 1,721. Nas casas de câmbio paulistas, o dólar turismo foi cotado por R$ 1,860, em um avanço de 1,63%.

A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) sofre perda de 1,21%, aos 67.680 pontos. O giro financeiro é de R$ 4,51 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York retrai 0,94%.

Há pouco mais de duas semanas para as festividades do final de ano, profissionais das mesas de operações notam uma redução significativa no volume de operações no mercado de "dólar pronto" (operações realizadas à vista), com menos atuação de importadores e exportadores.

"O que está mandando no preço do dólar neste momento é o mercado futuro [BM&F]. O volume neste segmento aumentou muito. Os agentes financeiros que atuam no futuro devem estar posicionados em dólar a R$ 1,72 ou R$ 1,73 e não devem deixar a taxa cair abaixo disso", comenta Luiz Fernando Moreira, da mesa de operações da corretora Dascam.

Enquanto no mercado à vista, as operações com dólar são liquidadas em dois dias úteis, no mercado futuro, as liquidações são feitas para liquidação em um ou mais meses. A atuação dos agentes financeiros que detém contratos de dólar futuro sobre os negócios à vista é corrente, e ganha intensidade principalmente nos últimos dias do mês.

O noticiário econômico não ajudou a deixar os investidores mais tranquilos hoje, com destaque para a queda de 1,8% da produção industrial alemã, a principal economia da Europa. No front doméstico, os agentes financeiros aguardam o resultado da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), que termina amanhã.

Há poucas divergências entre economistas de que o Comitê vai manter a taxa Selic em 8,75% ao ano, mas há ansiedade sobre o comunicado pós-reunião. Teme-se que os integrantes desse colegiado já manifestem alguma preocupação com pressões inflacionárias em 2010.

Juros futuros

O mercado de juros futuros, que sinaliza o custo do dinheiro para os bancos, voltou a subir as taxas projetadas nos contratos de prazo mais longo.

A FGV (Fundação Getulio Vargas) apontou inflação de 0,07% em novembro, ante uma deflação de 0,04% em outubro, pela leitura do IGP-DI.

No contrato que aponta os juros para outubro de 2010, a taxa prevista avançou de 9,86% ao ano para 9,88%; e no contrato de janeiro de 2011, a taxa projetada passou de 10,36% para 10,42%. Esses números são preliminares e podem sofrer ajustes.