G1 | 8 de dezembro de 2009 - 10:52

Década de 2000 foi a mais quente em 160 anos, diz estudo

Novos dados divulgados nesta terça-feira (8) mostram que, embora 1998 tenha sido o ano mais quente desde 1850, a década de 2000-09 foi a que registrou maiores temperaturas neste período de 160 anos.

A década do ano 2000 superou em 0,40°C a média de 1961-1990, de 14°C.

Isso quer dizer que esta década foi mais quente que os anos 1990, que ficou 0,23°C acima da média usada para comparação e registrou, por sua vez, temperaturas mais altas que os anos 1980.

"Esses números sublinham que o mundo continua a registrar aumentos de temperatura, principalmente por causa da elevação das emissões de gases que causam o efeito estufa na atmosfera", declarou em nota o Met Office.

Para o órgão, os dados mostram que "o argumento de que o aquecimento global já parou é falho".

As informações foram divulgadas em Copenhague, no segundo dia da reunião da ONU que procura buscar um acordo de redução de gases-estufa em substituição ao Protocolo de Kyoto, que expira em 2012.

Em um estudo separado, a Organização Mundial de Meteorologia (WMO, na sigla em inglês) divulgou uma medição quase igual à do Met Office e estimou que o ano de 2009 já é o quinto mais quente da sua medição, que também remonta a 1850.

Segundo o estudo, o ano foi de temperaturas acima do normal na maior parte dos continentes.

"Climas extremos, incluindo enchentes devastadores, secas rigorosas, tempestades de neve, ondas de calor e de frio foram registrados em várias partes do mundo", afirmou o relatório.

América do Sul
Na América do Sul, Austrália e sul da Ásia, os eventos de calor extremo chamaram a atenção. O outono na região austral, que inclui o sul do Brasil, Uruguai, Argentina e Paraguai, registrou "calor extremo", disse a organização.

Entre março e maio, foram registradas temperaturas diárias que alcançaram 30°C e 40°C, que bateram recorde diversas vezes.

No fim de outubro, o norte e o centro da Argentina foram afetados por uma seca extrema, com temperaturas acima de 40°C, enquanto o sul da região viu precipitações de neve, raras e fora de época.

Já no Ártico, durante a estação sazonal de derretimento, a camada de gelo chegou ao seu terceiro menor nível desde que a medição começou, em 1979 – 5,1 milhões de quilômetros quadrados.

Essa extensão só foi maior que a dos anos de 2007 (4,3 milhões de quilômetros quadrados) e 2008 (4,67 milhões de quilômetros quadrados), que bateram recorde de perda de gelo.

"Estamos em uma tendência de aquecimento, não há dúvida disso", disse o diretor-geral da WMO, Michel Jarraud.