Folha Online | 7 de dezembro de 2009 - 17:44

Procuradoria pede investigações sobre a Camargo Corrêa

O Ministério Público Federal em São Paulo encaminhou 18 representações pedindo a abertura de investigações sobre 14 obras da construtora Camargo Corrêa em diferentes localidades do país. Entre as obras estão as da linha 4 do Metrô de São Paulo e o Rodoanel.

A Procuradoria pediu ainda que fosse investigada a planilha encontrada pela Polícia Federal durante a Operação Castelo de Areia --que apura supostos crimes cometidos por diretores da Camargo Correa e doações feitas a partidos.

A planilha, encontrada na casa de Pietro Francesco Giavina Bianchi, diretor da Camargo Corrêa, revelaria pagamentos feitos pela construtora a mais de 200 políticos.

Em nota, a Procuradoria informa que há suspeita de improbidade administrativa e irregularidades eleitorais. No entanto, o Ministério Público Federal não é competente para investigar o caso pois os suspeitos são da esfera estadual ou gozam de foro privilegiado.

A procuradora da República Karen Louise Jeanette Kahn, responsável pelo caso, pediu para o juiz Fausto Martin de Sanctis (6ª Vara Federal) e ao MPF-SP a abertura de um inquérito para investigar três membros do conselho de administração da Camargo Corrêa.

De acordo com a Procuradoria, esses executivos teriam realizado movimentações financeiras expressivas no exterior.

O Ministério Público Federal em São Paulo pediu ainda a abertura de investigações sobre três diretores da Camargo Corrêa, suspeitos de praticar os crimes de corrupção ativa e passiva nas obras de Caieiras, Transpetro e dos Hospitais do Pará.

Procurada pela reportagem, a assessoria da Camargo Corrêa ainda não informou se irá se manifestar sobre os pedidos de investigação da Procuradoria.

Pedidos

Foram encaminhados à Procuradoria Geral da República, Procuradoria Geral de Justiça de São Paulo, Procuradoria Geral de Justiça do Rio de Janeiro, Ministério Público Federal no Distrito Federal, Ministério Público Eleitoral em São Paulo, entre outros.

Para a Procuradoria Geral da República, o MPF-SP pede investigação sobre obras em que são apontados pagamentos de suposta propina para senadores, deputados federais e membros do TCU (Tribunal de Contas da União).

Já para a Procuradoria Geral de Justiça de São Paulo, o MPF-SP pediu investigações sobre oito empreendimentos do Estado e de municípios em que há autoridades estaduais e municipais supostamente envolvidas no esquema.