Folha Online | 1 de dezembro de 2009 - 13:11

Crédito ao consumidor abre 2010 aquecido, mas deve desacelerar

O indicador da Serasa Experian sobre perspectiva do crédito para os consumidores registrou queda de 1,3% em outubro, a terceira consecutiva, atingindo o patamar de 104. Segundo a empresa de análise de crédito, as reduções dos últimos meses apontam que haverá alguma desaceleração no ritmo de concessões à pessoa física, que deve ocorrer no final do primeiro trimestre deste ano.

A pesquisa aponta, porém, que o indicador segue acima do nível 100, apontando que as concessões reais de crédito --com recursos livres-- ao consumidor abrirão o ano de 2010 num ritmo ainda bastante aquecido.

De acordo com a Serasa, as melhores condições de financiamentos e a maior confiança dos consumidores --impulsionada pela recuperação do mercado formal de trabalho-- ajudam a elevar o nível de empréstimos. Completam o cenário a redução da inadimplência e a prorrogação de incentivos fiscais dados pelo governo federal.

A empresa afirma que a desaceleração a parti do segundo trimestre do ano que vem deve se dar em função do descompasso entre o rápido crescimento do endividamento e um ritmo mais lento de recomposição da massa de rendimentos das famílias.

Além disso, diz, as operações de crédito imobiliário, normalmente feitas com recursos direcionados, como poupança e FGTS, deverão ter mais destaque no ano que vem, o que deve contribuir para um crescimento menos acentuado do crédito ao consumo com recursos livres.

Empresas

A Serasa divulgou ainda o indicador de perspectiva do crédito às empresas, que avançou 0,4% em outubro, a nona alta consecutiva. O número, atualmente em 99,3, se aproxima do nível 100, o que, segundo a empresa, aponta que o volume de concessões --que hoje está cerca de 6% abaixo do normal-- deve ser normalizado nos próximos seis meses.

O estudo aponta, porém, que esta recuperação não depende só de uma melhoria na inadimplência, mas de melhores condições para a captação de recursos no exterior.

"Neste sentido, o recente episódio da moratória da uma empresa estatal de Dubai pode, dependendo da dimensão de suas consequências, diminuir a velocidade de normalização das captações no exterior e, consequentemente, das concessões de crédito às empresas", afirma nota da Serasa.