Dourados Agora | 1 de dezembro de 2009 - 10:22

Faltam medicamentos na área de Saúde Mental em Dourados

Pacientes que dependem de medicamentos controlados, o de tarja preta, estão tendo que recorrer à Defensoria Pública para assegurar o direito a remédio gratuito. Aqueles que não podem esperar estão desembolsando mais de R$ 100 a cada 20 dias, enquanto outros acabam ficando sem remédio, comprometendo o caso clínico e a saúde num todo. Irene Ramos de Castro toma antidepressivos duas vezes ao dia. O tratamento é contínuo e somente depois de dois meses conseguiu os remédios.

“Não foi por meio da Defensoria mais tive que “brigar” com os assessores do secretário de saúde para ter os dois medicamentos”, disse a paciente, que depois de várias tentativas recebeu os remédios na manhã de ontem.

Mas nem todas as pessoas tem a mesma sorte que Irene e ficam à mercê da saúde pública. A Secretaria de Assistência à Saúde Mental de Dourados mantém apenas um médico para atender os pacientes que sofrem de algum distúrbio mental ou psicológico. O profissional libera apenas quatro receitas médicas por dia, quando a demanda por remédios é bem superior ao atendimento oferecido pelo município. A secretaria chegou a ter três médicos, mas dois deles pediram demissão e não houve contratação para substituí-los.

Mesmo assim, os poucos pacientes com receita em mãos só estão conseguindo remédio via Defensoria Pública. Por ser de uso contínuo, eles não precisam passar por consulta médica e só retiram a receita a cada 20 a 30 dias. Como o atendimento é de apenas quatro pessoas, pacientes estão desistindo do tratamento médico.

Medicamento básico de combate a depressão, como o Cloridrato de Fluoxetina está em falta há mais de dois meses, segundo diz os pacientes que procuram a farmácia da saúde mental. O preço desse remédio varia de acordo com o fornecedor de laboratório, sendo encontrado nas farmácias convencionais entre R$ 35 a R$ 50, com 28 comprimidos. Recentemente a Secretaria Municipal de Saúde recebeu a remessa dos medicamentos licitados em pregão. Foram comprados R$ 1,1 milhão de remédios. A reportagem procurou, ontem, o secretário Mário Eduardo Rocha para esclarecer o problema na saúde mental, mas ele não foi encontrado.