Diário MS | 1 de dezembro de 2009 - 07:03 SAÚDE

MS é o 8º Estado na incidência de Aids

O Boletim Epidemiológico 2009 (preliminar) divulgado pelo Ministério da Saúde aponta Mato Grosso do Sul como o oitavo Estado no ranking nacional de incidência de Aids. O boletim, divulgado na semana passada, utiliza dados referentes a 2007 e indica a ocorrência de 17,7 casos por 100 mil habitantes no Estado. Quando a referência são as capitais do país, Campo Grande aparece na 19ª posição, com incidência de 21,7 casos por 100 mil habitantes. Hoje é comemorado o Dia Mundial de Combate à Aids.
De acordo com números da Secretaria Estadual de Saúde, até setembro eram 5.132 casos da doença em MS, um índice considerado histórico. O boletim aponta a incidência da doença também no interior do Estado. Dos 78 municípios, 32 notificaram pelo menos um novo caso positivo da doença em 2007. Desses, 13 tem menos de 25 mil habitantes e oito com menos de 10 mil.
Com relação à faixa etária, a doença atinge mais jovens entre 20 e 24 anos, com 48,65 % dos casos notificados. Em Dourados, segundo números do programa DST/Aids, são 1.203 pessoas portadoras do vírus HIV – 321 delas têm Aids e fazem o tratamento à base de anti-retroviral, também conhecido com “coquetel de medicamentos”. Nos outros casos, o paciente não faz uso de medicamentos, apenas acompanhamento e consultas periódicas com especialistas.
Este ano, de janeiro a novembro, foram 59 novos casos confirmados em Dourados, além de outros 15 que aguardam confirmação. Dos casos confirmados, 31 são homens e 28 mulheres. No ano passado, durante todo o ano foram confirmados 55 novos casos da doença.

CAMPANHA

O preconceito enfrentado pelos portadores do vírus HIV será o tema principal do Dia Mundial de Combate à Aids, celebrado hoje. Segundo especialistas, o preconceito ainda continua sendo um dos principais transtornos enfrentados pelos soropositivos, um mal tão devastador quanto o próprio vírus no organismo.
As ações em Dourados acontecem na Praça Antonio João, das 8h às 15h, onde haverá distribuição de preservativos e material informativo. Profissionais de saúde farão a coleta de sangue para exames de HIV e Hepatite B e C.
As primeiras cem pessoas que participarem da mobilização também irão receber uma camiseta da campanha – que também poderá ser adquirida com a doação de dois quilos de alimento não perecível, exceto sal. Os alimentos coletados serão distribuídos a soropositivos de baixa renda. Das 15h às 17h, a ação será concentrada no posto da PRF (Polícia Rodoviária Federal), na BR-163, que dá acesso a Campo Grande. No local, haverá trabalho de prevenção e orientação destinado aos motoristas.
Segundo a enfermeira Patrícia Piassarollo, do programa DST/Aids, a informação é uma das ‘armas’ utilizadas pelo programa para combater o preconceito que ainda impera com relação aos soropositivos. “É uma realidade ainda, infelizmente. Acreditamos que seja um problema ligado à desinformação, por isto nosso trabalho constante de prevenção e orientação”, explica. Segundo ele, o trabalho tem sido levado a hospitais, indústrias, empresas, escolas e também à população carcerária.
Segundo a enfermeira, com o acompanhamento e tratamento corretos, o soropositivo ou paciente com Aids podem ter uma vida praticamente normal, mantendo suas atividades diárias normalmente. “Depende muito do acompanhamento. Se houver o tratamento adequado, a qualidade de vida deste paciente é muito grande”, explica. “Tem paciente portador do vírus há vinte anos, vivendo muito bem”, garante.