Mídia Max | 27 de novembro de 2009 - 09:27

Falso engenheiro dá golpe até em igreja de Ponta Porã

 

Um homem de boa lábia, que se apresentava como engenheiro civil, deu um ‘tombo’ considerável em uma igreja evangélica e em famílias de Ponta Porã. Depois de um tempo pegando dinheiro dos clientes para tocar obras na cidade, o elemento anoiteceu e não amanheceu. Só então as vítimas descobriram que o ‘bom homem’ era na verdade um estelionatário procurado em vários estados brasileiros.

O golpista foi identificado como sendo Noel Gomes de Azevedo, 46 anos, natural de Casimiro de Abreu (RJ), denunciado por crimes semelhantes em Rondônia e Minas Gerais. Por algum tempo ele frequentou a Igreja Adventista do Sétimo Dia, na Avenida Brasil e ao perceber que o pastor precisava contratar serviços de engenharia para uma reforma no prédio, apresentou-se como engenheiro.

Mostrou até a propaganda de uma ‘empresa’ de sua propriedade no Jardim Marambaia, que na verdade era a casa de uma namorada. Aliás, a mulher também teria tido prejuízo considerável com o estelionatário, ficando sem dinheiro, contraindo empréstimos para ele e ainda ficando sem seu computador, levado pelo gatuno na fuga.

Por alguns meses o acusado pegou obras e também reparos na residência de alguns fiéis. Assinou contratos, ajustou vários pedreiros e serventes, dando início a todas elas, sempre pegando dinheiro adiantado para as despesas. De posse dos recursos, terça-feira (24) Noel Gomes foi à casa do pastor da igreja chorando, dizendo que sua mãe havia morrido num acidente de carro.

Pegou mais dinheiro “para descontar na obra”, pediu para um de seus ‘funcionários’ levá-lo à rodoviária e depois disso não foi mais visto. Algumas das vítimas do marginal estiveram ontem no Jornal da Praça e pediram a divulgação de sua foto. “Se alguém tiver alguma informação sobre o paradeiro desse cidadão, que pode estar em Campo Grande, a gente pede que entre em contato com a polícia”, pediu ontem um dos que foram lesados pelo bandido.

Dezenas de ‘funcionários’ estão indignados com o ‘sumiço’ do ‘patrão’. Alguns foram ao endereço da ‘empresa’, que pertence à namorada de Noel, que é mais uma vítima do marginal, querendo receber. Lá foram informados de que o ‘engenheiro’ havia aplicado um golpe e fugido da cidade.

RONDÔNIA

O ‘modus operandi’ do estelionatário é o mesmo por onde passa. De boa fala e aparência, convence as pessoas sobre suas ‘boas’ intenções. Foi assim que deu calote em funcionários e desapareceu da cidade de Vilhena, em Rondônia. Lá, Noel Gomes de Azevedo era ‘proprietário’ de uma empresa, a NGA Reformas. Noel é acusado de dar calote em cinco funcionários, fechar a empresa e desaparecer, levando algumas ferramentas das vítimas. A denúncia foi feita no dia 5 de janeiro no 1º DP.

MINAS GERAIS

Pedreiros e serventes também foram contratados para construir uma casa em Belo Horizonte, Minas Gerais, pelo ‘engenheiro’ Noel Gomes de Azevedo, que atuava em Frutal (MG). Ele desapareceu sem pagar ninguém, depois de assinar contrato com o designer de jóias Marco Herner. Os funcionários foram contratados na Agência de Empregos da cidade. O golpe durou 30 dias. Noel fugiu levando a grana da obra e mais R$ 10 mil em dinheiro. Só deixou para trás dívidas em lojas de materiais de construção.

MATO GROSSO DO SUL

Noel chegou a ser preso em Ji-Paraná, Rondônia, em maio deste ano, mas certamente por ter outros ‘pepinos’ em Mato Grosso do Sul, acabou transferido para Campo Grande pela Polinter Capturas de MS. No dia 26 de junho deste ano foi beneficiado com alvará de soltura e colocado em liberdade. Agora aplicou golpe em Ponta Porã e está sendo procurado de novo.