Terra | 26 de novembro de 2009 - 17:59

CMN dá mais prazo para bancos se enquadrarem em regra de poupança

Os bancos que incorporarem outras instituições financeiras terão mais flexibilidade para se enquadrar nos limites de captação de depósito da caderneta de poupança. O Conselho Monetário Nacional (CMN) estabeleceu um prazo de 80 meses para as instituições se adaptarem ao limite máximo de 10%.

 

Segundo a chefe-adjunta do Departamento de Normas do Sistema Financeiro do Banco Central, Silvia Marques, a mudança não afetará os correntistas que aplicam na poupança. Apenas trará mais flexibilidade para os bancos que usam recursos da poupança para financiar linhas de crédito no setor imobiliário e no setor rural.

Atualmente, os bancos podem destinar os depósitos dos correntistas na caderneta de poupança para duas finalidades: o crédito imobiliário e o crédito rural. De acordo com o Banco Central, 17 bancos dez privados e sete públicos usam a poupança para financiar o crédito habitacional e cinco bancos financiam o crédito rural.

Em março de 2008, o CMN autorizou um banco que opera a poupança numa determinada finalidade a destinar até 10% dos depósitos dos correntistas na caderneta para outra modalidade. Dessa forma, um banco que opera no setor imobiliário pode usar 10% dos recursos totais da poupança (habitacional e rural) para financiar linhas de crédito rural e vice-versa

Ao incorporar outra instituição, no entanto, o limite pode ser extrapolado. "Num processo de incorporação, a instituição financeira herda uma carteira de crédito pesada. Muitas vezes, o limite de 10% pode ser ultrapassado ao somarem as carteiras. Agora estamos dando 80 meses para que a transição seja feita", explicou Silvia.

A medida beneficia o Banco do Brasil, que destina os depósitos de poupança para operações de crédito rural. No final do ano passado, a instituição adquiriu a Nossa Caixa, que capta os recursos da poupança para a habitação.

A chefe-adjunta do Banco Central, no entanto, acrescentou que a medida beneficiará todas as futuras incorporações. "Se um banco incorpora outro banco com carteira diferente da dele, existe a possibilidade de ultrapassar esse limite", afirmou.