12 de novembro de 2004 - 08:18

Presidente chinês visita o Congresso nesta sexta

A importância da ampliação das relações comerciais entre Brasil e China e do intercâmbio na área parlamentar entre os dois países será um dos principais temas do encontro entre o presidente da Câmara, João Paulo Cunha, e do Senado, José Sarney, com o presidente da República Popular da China, Hu Jintao. O dirigente chinês visita o Congresso nesta sexta-feira e será recebido no Salão Negro. O dirigente chinês participará de sessão solene conjunta, às 16h15, no plenário do Senado.
Na avaliação do presidente da Câmara, há um grande espaço para que o comércio entre Brasil e China seja ampliado, já que o país é hoje o terceiro maior parceiro comercial do Brasil. No ano passado, as exportações de produtos brasileiros para a China somaram 4,5 bilhões de dólares, enquanto o saldo comercial alcançou 2,4 bilhões de dólares. Os principais itens importados pelos chineses são do complexo soja (grãos, óleo e farelo de soja); minério de ferro e produtos siderúrgicos.

Parceria com a América Latina
O Brasil será o primeiro país latino-americano a ser visitado pelo presidente chinês, que irá também à Argentina, ao Chile e a Cuba. Nos últimos anos, a América Latina tem sido alvo da política de expansão de horizontes da China, visando à ampliação das parcerias comerciais e de investimentos, assim como à definição de uma agenda cooperativa quanto aos temas multilaterais, tanto na esfera do comércio (entrada na Organização Mundial do Comércio), quando da política, entre eles a questão dos direitos humanos e a multipolaridade.
Em 2003, a China tornou-se o terceiro maior mercado para o Brasil, atrás apenas dos Estados Unidos e da Argentina. Em 2002, a China era o maior mercado importador do Brasil na Ásia, revertendo a tradicional primazia japonesa no comércio com o Brasil.

Cenário Multipolar
Para João Paulo, como sexta economia mundial e um Produto Interno Bruto de 1,45 trilhão, a China poderá ter um papel fundamental em um mundo onde prevaleça uma relação multipolarizada, em contraponto à realidade atual, onde a liderança é unipolarizada.
De 1978 a 2003, o Produto Interno Bruto (PIB) chinês passou de 147,3 bilhões para 1,4 trilhão de dólares, resultado de um crescimento médio anual de 9,4%. Segundo o presidente chinês, a China “promoveu a reforma e a abertura com determinação inabalável”. O comércio exterior saltou de 20,6 bilhões para 851,2 bilhões de dólares, um crescimento médio de 16,1% ao ano.

Reciprocidade
A visita do presidente chinês - que se estende até o próximo dia 16 - atende a convite do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Hu Jintao retribui a viagem do presidente Lula à China, em maio passado. O encontro marca a celebração de 30 anos do estabelecimento de relações diplomáticas entre os dois países. Além do crescimento expressivo já observado no intercâmbio comercial bilateral, há perspectiva de investimentos importantes nas áreas de infra-estrutura hidroferroviária, siderurgia e cooperação energética. Durante a visita deverão ser assinados acordos em áreas como turismo, cooperação científica e tecnológica, cooperação judiciária e segurança, além de contratos comerciais. Entre as iniciativas que vêm sendo desenvolvidas com particular êxito pelos dois países, destaca-se o projeto CBERS, maior programa de cooperação aeroespacial de alta tecnologia entre países em desenvolvimento, que prevê o lançamento do satélite CBERS 2B e a venda de imagens geradas pelo sistema para terceiros países.

Próximas visitas
O presidente da Câmara receberá, ainda neste mês, outros quatro dirigentes: no próximo dia 17, o presidente da Coréia do Sul, Roh Moohyun, e o presidente do Vietnã , Tranc Duc Luong. O presidente da Federação Russa, Wladimir Putin, estará na Câmara no próximo dia 22 e, no dia seguinte, o primeiro ministro do Canadá, Jean Chretien.
 
 
Agência Câmara