Mídia Max | 25 de novembro de 2009 - 17:03

Preso servidor que matou professor em Camapuã

 

O servidor municipal Edilson Ribeiro da Silva, 21, foi preso há pouco quando se apresentou ao delegado Wallace Borges na cidade de Camapuã, distante 134 quilômetros de Campo Grande, por ter assassinado no dia 15 de novembro uma das pessoas mais conhecidas do município, o professor de matemática Divani Rodrigues da Silva, 52. A polícia suspeita de crime de homofobia.

A vítima era homossexual, recebe homenagens dos alunos na página do Orkut na comunidade ‘Eu estudei com o Diva’ que conta com 303 pessoas.

Edilson Silva teria confessado ao delegado que matou o ex-professor. Segundo o suspeito, na noite de crime, um domingo, ele foi até a casa de Divani Silva por volta da meia-noite para pegar R$ 100, mas foi assediado e por conta disso, teria reagido com agressão física. O professor levou pancadas de barra de ferro e depois foi amarrado e enforcado.

Para a polícia o caso foi elucidado, mas faltam ainda as provas científicas.

O delegado explica que foi encontrado no lixo da casa uma camisinha com resquício de esperma. Os peritos de Campo Grande analisam o material. Conforme Borges, será coletado ainda o sangue de Edilson Silva.

“Temos informação de que estavam no inicio de uma relação amorosa. É preciso esclarecer o real motivo. Edilson estava em Naviraí e pedimos para ele se apresentar. Hoje, ele veio até a delegacia. Já pedi a prisão temporária, mas devo pedir a preventiva também”.

Homofobia

17 de maio é o Dia Mundial Contra a Homofobia. Mas, no Brasil, o projeto de lei que define que homofobia é crime não foi aprovado.

Trata-se do PL nº 122/06, da deputada petista Iara Bernardi, que apenas acrescenta a discriminação à orientação sexual do rol de crimes estabelecidos pela lei do racismo e detalha como se dá a homofobia e como ela deverá ser punida.

O primeiro artigo é irretocável: "Define os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião, procedência nacional, gênero, sexo, orientação sexual e identidade de gênero". Ele já foi aprovado pela Câmara, mas está no Senado desde dezembro de 2006.

Hoje em Campo Grande, a travesti Rui Manoel Gonçalves, 43, foi encontrada morta. Ela teve o corpo todo incendiado.

A presidente da Associação das Travestis de Mato Grosso do Sul resume o que significa a homofobia.

“Como neste caso (morte de Rui), não bastou matar, mas também queimaram”.

Professor Divani deixou saudades para os alunos que criaram comunidade para ele no Orkut

Em Mato Grosso do Sul este ano já foram mortos 11 homossexuais. A falta de elucidação dos casos tem sido um dos problemas enfrentados.

A presidente da ATMS explica que qualquer caso de violência é um ato de brutalidade que deve ser repudiado. Nos casos de homofobia, há um maior requinte de crueldade, diz.

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