Terra | 24 de novembro de 2009 - 17:37

Dunga blinda Seleção contra "oba-oba" e aponta surpresas na Copa

O técnico Dunga quer evitar os mesmos erros que a Seleção Brasileira cometeu na Copa do Mundo de 2006, na Alemanha. Na ocasião, além de jogadores que se apresentaram acima do peso para o Mundial, os próprios atletas reclamaram do "oba-oba" na preparação da equipe verde e amarela. Dunga comentou ainda sobre as seleções que podem conquistar o título da Copa de 2010, que será realizada na África do Sul.

"Uma das coisas que a gente não pode fazer, e isso é de muito tempo atrás, é o oba-oba, todo mundo quer fazer festa. Quem vai para campo são os jogadores e nós temos que ter tranquilidade para trabalhar. Não vamos tirar ninguém, mas temos que ter tranquilidade. A Seleção, queira ou não queira, tem que se fechar para trabalhar", afirmou o treinador, que participou de um evento no Museu do Futebol, em São Paulo, para indicar os melhores do Brasileiro.

Sobre os candidatos ao título da Copa do Mundo, Dunga vê a disputa em aberto e acredita que o Mundial irá apresentar algumas surpresas.

"A Espanha e a Inglaterra cresceram mais do que a gente está habituado a ver. Lógico que Itália e Alemanha crescem, mas Espanha e Inglaterra mostraram muito equilíbrio. Uma seleção africana também deve se sobressair no Mundial, mas temos que esperar para ver. Existem outras seleções que vão surpreender naturalmente porque o futebol está globalizado, os jogadores jogam nas melhores ligas do mundo. Você vê os africanos, quase todos jogam na Europa", disse o técnico da Seleção.

Para chegar a um grande nível no comando da equipe verde e amarela, Dunga precisou superar a desconfiança da crítica nacional e chegar à Copa como a melhor equipe da América do Sul, terminando em primeiro nas Eliminatórias.

"Vocês me conhecem, quanto mais desafio, mais pedra no caminho, mais eu luto. Nunca diga nunca. Eu não aceito não antes de tentar. As pessoas que trabalham comigo sabem: nunca diga nunca. Temos que tentar. Sobre a desconfiança (em relação ao seu trabalho) é normal, eu nunca tinha dirigido um clube antes de chegar à Seleção", disse o treinador.