O STJD recebeu ontem a queixa apresentada pela Portuguesa apontando irregularidade na inscrição do atacante Bruno Cazarine, do Guarani. Segundo o documento, os campineiros devem perder 18 pontos, o que manteria a equipe de Vagner Benazzi com chances de subir para a Série A. Mas juristas esportivos contestam a alegação.

O presidente da Portuguesa, Manuel da Lupa, diz ter consultado membros do departamento jurídico da Fifa que garantiram boas chances de sucesso na empreitada --Bruno atuou pela Chapecoense, de Santa Catarina, até maio, e foi repassado ao Gyeongnam, da Coreia do Sul, em julho. A partir de agosto, foi registrado no Guarani, o que feriria um regulamento da Fifa que impede que um atleta jogue em mais de dois clubes na mesma temporada.

Marcílio Krieger, especialista em direito, tem outra visão. "As regulamentações da Fifa valem para entidades nacionais que não têm regulamentações. A CBF tem. O jogador estaria impedido se atuasse em dois times da mesma divisão, o que não é o caso", disse.

"Além disso, esse tipo de denúncia só é válido se for feito três dias depois da entrega da súmula do jogo em questão. Esse prazo já foi expirado", falou Krieger.

A queixa será encaminhada ao STJD. Paulo Schmitt, procurador-geral do tribunal, vai analisar o caso na quinta-feira. "Adianto que vou pedir à CBF explicações para o registro do atleta", afirmou Schmitt.

O diretor de Registro e Transferência da CBF, Luís Gustavo Vieira de Castro, defendeu-se. "Se ele está no BID, a situação é legal", disse.