Folha Online | 21 de novembro de 2009 - 06:55 ELEIÇÕES 2010

TSE diz que testes confirmaram segurança das urnas para 2010

O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) concluiu nesta sexta-feira os testes de segurança nas urnas eletrônicas que serão utilizadas nas eleições de 2010 sem que nenhum "hacker" tenha conseguido invadir o sistema que será utilizado pelo tribunal no ano que vem. Depois de submeter as urnas a hackers e especialistas em computação que tentaram burlar a segurança do sistema, o TSE concluiu que ele está protegido contra fraudes.

"Não existe nenhuma hipótese de [as urnas] serem vulneradas ou de alguma forma penetradas", disse o ministro Ricardo Lewandowski, que estará na presidência do tribunal nas eleições de 2010.

Segundo o ministro, o objetivo do teste foi mostrar que o sistema eleitoral brasileiro está imune à ação de hackers. "Nós queremos tirar a prova dos nove, queremos mostrar para a sociedade que nossas urnas são confiáveis para o qual foram propostas, porque a sociedade agora fiscaliza não apenas a eleição, mas também toda a metodologia de apuração dos votos que ela deposita nas urnas", disse.

O ministro disse que, apesar do teste ter sido eficaz, o TSE pretende dar atenção especial às partes do sistema eletrônico que apresentaram maior vulnerabilidade. "Como houve tentativa de burlar alguns pontos das urnas eletrônicas, mas sem sucesso, agora vamos tentar reforça aqueles pontos que aparentemente podem mostrar uma certa debilidade. Mas o sistema demonstrou ser absolutamente seguro porque foi testado por pessoas do mais alto gabarito técnico de todo o Brasil", afirmou.

Trinta e sete especialistas em informática e hackers se inscreveram no desafio aberto pelo TSE para testar a segurança das urnas. Eles tiveram acesso tanto ao hardware como ao software do sistema entre os dias 10 e 13 de novembro para tentar violar os códigos de segurança do software, o sigilo do voto ou para alterar algum voto digitado com a ajuda de diversos programas e equipamentos.

O tribunal agiu a pedido do PT e PDT, que solicitaram os testes nas urnas eletrônicas. Os partidos, porém, acabaram recuando da solicitação, mas o tribunal decidiu levar os testes adiante para verificar a efetiva segurança das urnas.

"A Justiça Eleitoral sempre teve muita certeza da eficácia e da operacionalidade das urnas eletrônicas, mas havia certa dúvida por parte de alguns setores com relação à confiabilidade da urnas que agora foram dirimidas", disse Lewandowski.

Prêmios

Ao final do desafio, o tribunal decidiu premiar os hackers e especialistas em informática que apresentaram as ideias mais ousadas para tentar quebrar os protocolos eletrônicos do TSE.

Em primeiro lugar ficou o especialista em tecnologia da informação Sérgio Freitas da Silva, que vai receber R$ 5.000 por tentar "invadir" o sistema do TSE por meio de ondas eletromagnéticas --com o auxílio de um rádio transmissor.

Silva disse que o aparelho poderia prejudicar o funcionamento das urnas somente se fosse colocado muito próximo ao local de votação, mas o efeito das ondas eletromagnéticas também não conseguiriam decodificar os dados do sistema de votos. O segundo e o terceiro lugar foram premiados com R$ 3.000 e R$ 2.000.