G1 | 19 de novembro de 2009 - 08:56

Economia brasileira deve crescer 4,8% em 2010, prevê OCDE

A economia brasileira deve experimentar recuperação robusta em 2010, com expansão prevista de 4,8%, depois de crescimento zero em 2009, afirmou a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE, grupo do qual o Brasil não faz parte) em relatório.

"A demanda doméstica deve crescer vigorosamente no último trimestre de 2009 e em 2010, apoiada por um mix de política ainda acomodatícia", disse a OCDE, que recomendou retirada gradual das medidas de estímulo fiscal a partir do começo do próximo ano.

Na divulgação anterior, a OCDE previa um crescimento da 4,0% para o PIB brasileiro no próximo ano. Para 2011, a expectativa é de expansão de 4,5%. A taxa de crescimento prevista para o ano que vem, de 4,8%, é próxima à esperada pelo mercado: segundo o boletim Focus, do Banco Central, as instituições financeiras esperam alta de 5,0%.

Motivos

Parte do ímpeto de crescimento vem das medidas adotadas pelo governo, que incluem expansão do crédito e cortes de impostos para muitos produtos de consumo. Mas os cortes tributários fizeram o déficit do governo subir para níveis potencialmente preocupantes. No relatório, a OCDE previu aumento no déficit fiscal para o equivalente a 3,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2010, de 2,0% do PIB previstos para este ano.

"Uma retirada planejada criteriosa da política de estímulo seria aconselhável a partir do começo de 2010, se a recuperação estiver em andamento, conforme esperado", disse o relatório. Dadas tais políticas prudentes, a OCDE disse que o déficit fiscal do Brasil pode cair para apenas 1,7% do PIB em 2010. A inflação, por sua vez, provavelmente ficará estável entre 4,0% e 4,5% em 2009, 2010 e 2011, previu a OCDE. 

Outros países

O documento divulgado nesta quinta-feira também mostra ume melhora nas expectativas para a China, com crescimento de 10,2%, ante previsão anterior de 9,3%, e uma alta de 9,3% em 2011.

Para o PIB mundial, a previsão é de queda de 1,7% em 2009, e altas de 3,4% e 3,7% em 2010 e 1011, respectivamente. Nos EUA, deve haver contração de 2,5% este ano e altas de 2,5% e 2,8% nos anos seguintes.