11 de novembro de 2004 - 13:41

MEC leva ao Piauí método cubano de alfabetização

O Brasil vai adotar o método cubano de alfabetização de jovens e adultos em dois municípios do Piauí. O ministro da Educação, Tarso Genro, reuniu-se com o ministro da Educação de Cuba, Luis Gómez Gutiérrez, para selar o protocolo de cooperação. "O nosso objetivo é, quem sabe nos próximos oito ou dez anos, chegar a uma taxa próxima de zero no analfabetismo no Brasil", declarou.

De acordo com o secretário de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad), do Ministério da Educação, Ricardo Henriques, haverá uma adaptação da metodologia de Cuba, que trabalha com o sistema de educação semipresencial, com módulos em vídeocassete.

O método tem se mostrado eficaz em países como a Nicarágua. "A nossa intenção é testar a metodologia. A princípio, controlaremos a qualidade do processo, a implementação e o impacto, para avaliarmos se ele pode ser estendido para outras cidades do Piauí ou de outros estados". O secretário disse que, se aprovado, o método vai funcionar dentro do Programa Brasil Alfabetizado.

Ricardo Henriques explicou que o projeto se iniciará no Piauí porque o estado mostrou-se com interesse em absorver essa metodologia. "Achamos mais fácil fazer o projeto piloto em um estado que está mais interessado", explicou Henriques. O número de alunos beneficiados com o programa ainda não foi definido. "Até dezembro vamos definir esse número. Em janeiro haverá uma visita de um técnico cubano ao Piauí, e a idéia é começarmos o projeto em abril".

Para o secretário, os resultados do programa Brasil Alfabetizado "são extremamente promissores". Ele disse que os ajustes feitos para aumentar a qualidade do programa e transformá-lo em uma política pública, e não mais em uma agenda de campanha de enfrentamento do analfabetismo, são responsáveis pelo otimismo do ministro. "Um dos maiores problemas da história do Brasil, no que se refere ao enfrentamento do analfabetismo, é que isso sempre foi trabalhado em forma de campanha".

Ele explicou que, à medida que se aumenta a responsabilidade de estados e municípios neste processo, há uma probabilidade grande de que os alunos se alfabetizem e continuem no processo de escolarização. "Só assim teremos taxas baixas de analfabetismo no Brasil", completou.
 
 
Agência Brasil