Fátima News, com Assessoria | 10 de novembro de 2009 - 13:25

Vander cobra solução de conflito e apuração sobre sumiço de índios

O deputado federal Vander Loubet (PT-MS) considerou alarmantes as proporções dos conflitos entre índios e fazendeiros em Mato Grosso do Sul. Em pronunciamento na Câmara dos Deputados, ele defendeu soluções imediatas para o impasse e cobrou das autoridades a apuração completa do desaparecimento de dois índios guarani da região próxima a Paranhos e Amambai, no Cone Sul, fronteira com o Paraguai.

Segundo Vander Loubet, as circunstâncias que envolvem o sumiço dos dois professores podem estar associadas ao cenário de confrontos nesta área conflagrada, onde recentemente um grupo de homens armados contratados por fazendeiros expulsou diversos índios que ocupavam áreas de uma fazenda reclamada pelos guaranis.  “Os povos indígenas do Brasil e o conjunto da sociedade exigem a apuração completa e ágil do desaparecimento dos professores Olindo Verá e Genivaldo Verá”,  cobrou. 

Depois de lembrar que Olindo e Genivaldo lecionavam na região de Paranhos e cursavam licenciatura indígena na Universidade Federal da Grande Dourados, Vander disse temer o pior diante da falta de notícias desde a data do desaparecimento, no dia 31 de outubro passado.  “O que mais nos preocupa é que parece não existir solidez e consistência na perspectiva de paz e de atendimento entre as partes conflagradas.  A sociedade exige uma resposta eficiente e não-arrastada sobre a titularidade do domínio sobre essas terras, cuja demarcação vem sendo sistematicamente postergada”, enfatizou.

O deputado defendeu a demarcação justa das reservas, salientou a luta secular dos índios pela titularidade ancestral de terras herdadas de seus antepassados, mas ressalvou que os proprietários com direitos legítimos também precisam de decisões justas.  Ele pediu o envolvimento de todas as instituições que podem dar solução aos conflitos.  “Muitos índios tombaram e continuam tombando na defesa de terras das quais são os titulares ancestrais.  Mas eu entendo que, na perspectiva concreta da coexistência dos direitos legítimos e das necessidades de justiça e paz, os poderes responsáveis não podem mais permitir que a demora na solução do impasse continue servindo de combustível para tragédias que, como de hábito, acabam sempre castigando a parte mais fraca e mais desprotegida”, arrematou.