Uol | 10 de novembro de 2009 - 07:10 CAMPO GRANDE

Beira-Mar vai a julgamento por crime em 2001 em Campo Grande

O traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, vai a júri popular nesta terça-feira (10) no Fórum de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, acusado de ser mandante da morte de seu ex-comparsa João Morel, assassinado dentro do presídio de segurança máxima da capital, em 2001.

O traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, soma mais de 100 anos de prisão em condenações e está preso desde 2001; ele ainda é acusado por lavagem de dinheiro, contrabando e associação para o tráfico internacional de drogas

A presença de Beira-Mar é obrigatória por determinação do juiz da 1ª Vara do Tribunal do Júri, Carlos Alberto Garcete. O traficante carioca, que está no Presídio Federal de Campo Grande, deve ser escoltado por agentes penitenciários e integrantes da Força Nacional e Polícia Federal até o tribunal. O Ministério da Justiça não revelou detalhes da operação, por medida de segurança.

A audiência está marcada para as 8h. Ao todo, 150 policiais, entre militares da Companhia de Policiamento de Trânsito (Ciptran) e da Companhia de Gerenciamento de Crises e Operações Especiais (Cigcoe), farão a segurança. Três ruas no entorno do fórum estarão interditadas a partir das 6h, e somente será liberada a passagem dos carros dos funcionários. O espaço aéreo será monitorado pelo helicóptero da polícia.

A diretoria do fórum informou que o expediente será normal nos gabinetes dos juízes, mas Polícia Militar irá isolar pontos do prédio considerados vulneráveis. "Quem entrar vai ser revistado, seja funcionário, advogado, credenciado ou quem tiver que ir para outra audiência", afirma o coronel Sebastião Henrique de Oliveira Bueno, comandante do Policiamento Metropolitano de Campo Grande.

A imprensa acompanhará o júri de uma sala adjacente, por meio de um telão. No plenário, somente será permitida a entrada mediante credenciamento. Estão proibidos máquinas fotográficas, celulares ou filmadoras. Os 111 lugares do plenário, reservados desde outubro por interessados em assistir à sessão, devem ser ocupados por estudantes de direito, advogados e familiares da vítima, informou o juiz.

O promotor do caso, Paulo Cézar Passos, um dos três que farão a acusação no julgamento, disse que o Ministério Público "tomou todas as precauções para garantir a integridade dos promotores". Um exemplo, segundo ele, é a presença de policiais à paisana no plenário.

A acusação

Fernandinho Beira-Mar é acusado de ter ordenado, por telefone, a execução de João Morel, com quem disputava o controle do tráfico na fronteira, na rota do Paraguai. O crime aconteceu no dia 21 de janeiro de 2001, na cela 38 do Presídio de Segurança Máxima de Campo Grande. Morel foi assassinado a golpes de faca artesanal.

Odair Moreira da Silva assumiu a autoria e foi condenado a 16 anos de prisão pelo homicídio. Silva nega que tenha recebido qualquer ordem para executar Morel. Beira-Mar também nega envolvimento na morte do traficante.