G1 | 4 de novembro de 2009 - 15:08

Motos puxam queda na venda de veículos

Apesar da queda, em relação a outubro de 2008, o setor mostra recuperação de 9,44%, com aumento de 398.506 para 436.139 unidades. Foi em outubro do ano passado que as vendas de veículos começaram a sentir a crise financeira que abalou todo o mundo, especialmente o mercado de caminhões. Mesmo assim, o acumulado do ano ainda mostra queda de 4,88%. Entre janeiro e outubro de 2008, foram vendidas 4.194.338 unidades de veículos em geral. No mesmo período deste ano foram 3.989.462 unidades.

Por segmento,quem puxa a queda no acumulado do ano são os mercados de motocicletas, com 1.318.654 emplacamentos (queda de 20,47%), ônibus com 18.126 unidades (redução de 18,6%), caminhões com 85.548 unidades (baixa de 18,82%) e, consequentemente, de implemento rodoviários com 32.082 unidades vendidas (queda de 27,82%).

O quadro reflete a redução da atividade econômica registrada principalmente no primeiro semestre deste ano, que afetou o setor de transportes. Já no início de outubro as montadoras de caminhões afirmaram que o mercado está em recuperação, o que significa que as empresas começaram a contratar e a investir. No caso do mercado de motocicletas, a dificuldade está na liberação de financiamento para máquinas de baixas cilindradas, cujo foco comercial é o consumidor de baixa renda. As entidades ligadas ao segmento, como a Fenabrave e Abraciclo – associação dos fabricantes de motocicletas - tentam com o governo arrumar saídas para aumentar a demanda no mercado de motocicletas. 

Automóveis e comerciais leves

Ainda influenciado pelo desconto do IPI, o mercado de automóveis e comerciais leves mantém o movimento de expansão. Apesar da queda de 7,36% nas vendas de automóveis em outubro, com 231.190 emplacamentos contabilizados, contra 249.544 unidades vendidas em setembro. A redução é resultado da antecipação de vendas percebidas em setembro, pois o desconto do IPI ainda vigorava integralmente.

"O que observamos foi um estresse após ameaça de volta do IPI. Aconteceu em junho, março e setembro. A diferença agora é que os números que vemos no acumulado estão bastante acima da venda de automóveis e comerciais leves”, explica Reze sobre o efeito da antecipação das venda. Segundo o presidente da Fenabrave, se for calculada a média mensal do 2º semestre, todos os meses ultrapassaram o patamar de 280 mil unidades de carros vendidos.

Na opinião de Sérgio Reze, o impacto do fim do IPI não surtirá efeito nos próximos dois meses, porque as empresas e concessionárias estão ignorando o aumento do imposto por meio de promoções praticadas. “Isso faz com que o mercado continue tendo bastante procura”, destaca o presidente da associação dos fabricantes.

No entanto, como as vendas de comercias leves, como picapes e utilitários esportivos, subiu 6,38% - de 47.112 unidades em setembro para 50.116 unidades em outubro - na soma de vendas de carros foi observada redução de 5,17%, de 296.656 unidades no mês anterior contra 281.306 em outubro. Embora a queda seja notada, em relação a outubro do ano passado, o segmento mostra forte recuperação, que chega a 25,17% - no mês haviam sido emplacadas 284.744 unidades, o que faz do mês passado, o melhor outubro da indústria automobilística.

Assim, no acumulado do ano, a comercialização de carros novos subiu 7,39% até agora: foram 2.492.776 unidades vendidas desde janeiro. O volume mostra que o setor conseguiu desviar a crise com a ajuda fiscal do governo.

Novas projeções

Com o fechamento do quadro até outubro, a Fenabrave reformulou as projeções para o fechamento de 2009. De acordo com a entidade, o mercado de automóveis e comerciais leves deverá crescer 8.26%, com 2.892. 120 unidades emplacadas. A expansão de automóveis será 11,97% (2.458.302 unidades) e o de comerciais leves deverá cair 8.83% (433.818 unidades). Na direção oposta, o mercado de caminhões deverá cair 17% neste ano, para 102.325 unidades vendidas.

Para 2010, o crescimento projetado pela Fenabrave é de 9%. “Se as projeções do governo é de que o Brasil crescerá 5%, o setor tem plenas condições de superar esse nível”, observa Sérgio Reze.

No mesmo ritmo, o segmento de motocicletas cairá 17,11% - de 1.925.514 unidades em 2008, para 1.595.978 unidades em 2009. Já o mercado de ônibus, deverá retrair 16,93%. No total, o mercado de veículos sofrerá leve redução, de 2.83%, o que é uma notícia positiva diante do contexto econômico vivido até agora. 

Ranking das montadoras

A Volkswagen mantém a liderança nas vendas de automóveis entre janeiro e outubro deste ano, com 25.54% de participação do mercado. Em segundo lugar está a Fiat com 24,97%, seguida da GM (20,26%), Ford (9,52%), Honda (4,72%), Renault (4,56%), Peugeot (3,22%), Citroën (2,76%), Toyota (2,12%) e Hyundai (0,7%).

Já nos emplacamentos de comerciais leves, a Fiat dispara na liderança com 22,25% de fatia no mercado nacional. A segunda colocada é a General Motors com 17,69% de market share, seguida da Ford (13,37%), Volkswagen (10,85%), Hyundai (9,30%), Toyota (7,03%), Mitsubishi (6,98%), Kia (2,71%), Honda (2,17%) e Nissan (1,42%). As vendas de veículos no mês de outubro apresentaram queda de 4,46% em relação a setembro. De acordo com o balanço da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), divulgado nesta quarta-feira (4), ao todo foram emplacados no período 436.139 unidades - de automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus , motos e implementos rodoviários - contra 456.482 unidades no mês anterior. Considerando apenas automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus, a redução ante setembro é de 4,62%.

“Não tem como negarmos que o país vive um momento de euforia", avalia o presidente da Fenabrave, Sérgio Reze. "O setor automobilístico reflete o estado geral da economia”.