Roselene Pedroso da Silva era dona de uma área 191.367 metros quadrados até o dia 22 de julho deste ano, quando vendeu para o engenheiro civil Márcio Margarido por R$ 708 mil. No dia 19 de agosto, Margarido revendeu o mesmo terreno para a empresa L.C Braga Incorporadora, Consultoria e Engenharia Ltda por R$ 1.940.000,00.

Esta área somente passou a pertencer à zona urbana de Dourados no dia 16 de julho deste ano quando a Câmara Municipal aprovou a lei 3286 que alterou o perímetro urbano para possibilitar a aquisição da área e a construção de casas populares no local.

O terreno tem a sua frente voltada para a rodovia MS-156 entre o Jardim Guaicurus e o Distrito Industrial e poderá ser adquirido pela Caixa Econômica Federal para a construção de casas do programa “Minha Casa, Minha Vida”, do governo federal, através do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).

Nas duas transações as escrituras da área foram lavradas no cartório do Distrito de Panambi e registradas no Cartório de Registro de Imóveis de Dourados. No dia 10 de setembro consta na matrícula 82.789 obtida junto Cartório de Imóveis o registro do Loteamento Social Dioclécio Artuzi, do programa Minha Casa, Minha Vida que terá 487 lotes distribuídos em vinte quarteirões.

Nicanor Coelho

A empreiteira L.C. Braga sediada em Campo Grande será a responsável pela construção das casas no loteamento que homenageia o ex-vereador Dioclécio, tio do atual prefeito Ari Artuzi. Conforme análise da matrícula do imóvel, Márcio Margarido teve um lucro de pouco mais de R$ 1,2 milhão na venda do imóvel para a empreiteira LC Braga, isso 28 dias depois de comprar da dona-de-casa Roselene Pedroso da Silva.

A forma como foi negociado o terreno está causando polêmica e medo nas pessoas inscritas para recebe uma das casas do Programa Minha Casa, Minha Vida, pois não sabem as prestações serão majoradas tendo como base a diferença de preço de venda de Roselene para a LC Braga.